A César o que é de César!

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Acompanhei nos últimos dias algumas discussões acerca da retomada pelo Governo do Estado das chamadas séries finais do Ensino Fundamental, que bestialmente haviam sido absorvidas pelo Município há mais de duas décadas, e que agora finalmente estão sendo devolvidas.

Não consigo ver essa medida com maus olhos. Creio que ela é necessária e mais do que isso, urgente. Isso porque as finanças do Município não suportam mais a manutenção do ensino do sexto ao nono ano simultaneamente à necessidade de se ampliar a oferta da Educação Infantil. Não há recursos públicos para as duas.

Obviamente, é preciso concordar que a maneira como esse processo de devolução a César o que é de César não está sendo feito da maneira adequada, pois as comunidades escolares não foram preparadas para a mudança. Muito embora aqueles com um pouco de noção e que realmente acompanham o dia a dia do nosso Município já devessem saber que isso um dia iria acontecer. E deveriam saber que esse dia estava bem mais próximo quando, no ano passado, houve a estadualização do Fonte Nova e do David Carneiro.

Do mesmo modo, o ideal seria que o Estado tivesse construído prédios próprios para oferta dessas séries finais. Mas não houve tempo e, penso, interesse nesse sentido. Logo, o que estamos vendo é essa assunção acontecendo no regime de dualidade, com prédios pertencentes à Prefeitura sendo divididos com o Governo do Estado. É óbvio que isso não é o ideal, mas é o que temos para agora e teremos que, num primeiro momento, nos adaptarmos a essa realidade para, em seguida, iniciarmos a briga que realmente vale a pena, que é para que o Estado construa prédios próprios para receber nossos alunos e, gradativamente, devolva ao Município os prédios agora emprestados.

O que não podemos neste momento é cair no erro de achar que algo bom, que é o Governo do Estado assumindo sua responsabilidade com a Educação em Araucária, é, na verdade, uma coisa ruim, pois não é! Não podemos, inclusive, gritar por aí que a qualidade do ensino nas escolas municipais é melhor do que nos colégios estaduais, porque nem isso é verdade.

Analisemos, por exemplo, o índice disponível para avaliação da qualidade da educação em nosso país, que é o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Em 2015, as escolas municipais de Araucária alcançaram média 4,3 no IDEB. Mesma nota obtida pelos colégios estaduais. Ou seja, infelizmente, a qualidade em ambas as redes é ruim.

Então, o que devemos é parar com esse “mimimi” de quem será o mantenedor do ensino e passarmos a nos preocupar realmente com o que é importante. Ou seja, a qualidade da Educação oferecida tanto por escolas municipais quanto estaduais.

Ah, no mais, é salutar que as escolas municipais que ainda vão ofertar o ensino do sexto ao nono ano em 2017 já comecem a se preparar, discutir com suas comunidades e alunos, pois mais dia menos dia, essa fase da Educação de nossas crianças também será de responsabilidade do Governo do Estado.

Bom resto de semana a todos. Até uma próxima! Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br.

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