A culpa é sempre do Olizandro!

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Nunca antes na história deste Município um quadro de secretários municipais foi tão insignificante politicamente como o atual. Não, não estou questionando a competência técnica desse pessoal. Se bem que no caso de alguns deles esse questionamento seria perfeitamente possível. Falo da densidade política, da significância eleitoral desse pessoal.

Politicamente falando, só há uma pessoa de peso na administração atual: o próprio prefeito Olizandro. Como tudo na vida há o lado bom e o ruim disso. O bom, ainda mais num cenário de reeleição, é que todos os louros daquilo feito pelo governo recaem sobre o chefe maior. Porém, o lado ruim é que todos os problemas que surgirem no curso do mandato terão um único culpado: aquele que ocupa a maior sala do quarto andar do prédio localizado na Pedro Druszcz, 111.

Aqui, é importante abrir um parêntese para entendermos como o quadro atual se desenhou. Quando o governo atual começou, além de Olizandro, a gestão tinha outras duas figuras de proa: o vice-prefeito Rui Sérgio e o secretário de Obras, Clodoaldo. Num roteiro previsível, com o passar dos meses, ambos caíram. Clodoaldo foi devolvido à Câmara e Rui caiu nas sombras. E não poderia ser diferente, já que os dois, mesmo sendo subordinados ao prefeito, teimavam em desrespeitar dois mandamentos bíblicos: o nono e o décimo: não desejar a mulher do próximo e não cobiçar as coisas alheias, respectivamente. Neste caso, só para evitar interpretações equivocadas, o alvo da cobiça era a cadeira de prefeito. Ora, Olizandro, como bom cristão, não admitiria esse tipo de coisa. Fecha-se o parêntese.

A lógica de Olizandro de não querer dividir o palco com mais ninguém não é ruim, ainda mais em se tratando de Araucária, onde a história mostra que aqueles que assumiram o poder o fizeram dando uma espécie de passada de perna em quem outrora fora um parceiro de palanque. O problema é que o momento atual da política brasileira exige que os políticos tenham alguém em quem colocar a culpa quando as coisas não dão certo. É aquela teoria do Homer Simpson: se a culpa é minha eu a coloco em quem eu quiser.

Hoje, Olizandro tenta colocar a culpa de tudo na crise financeira pela qual passa o país e também, de certa forma, Araucária. O problema é que, com dois anos e meio de governo, até o discurso da crise já entrou em crise. Então, se, por exemplo, a Saúde não vai bem, Olizandro teria que culpar a gestão do secretário da pasta, Rogério Kampa. Se o Armazém da Família não abre, ele teria que responsabilizar o Bagé. Se o problema é a Guarda Municipal, a culpada é a Rita. Se o programa habitacional não deslancha, pau no Caetano. Se os ônibus pararam, lenha no Sandro. Se a Comunicação vai mal, o culpado é o Eugênio. Se a arrecadação do Município não reage culpa-se o Sidney e o Márcio e assim por diante.

Porém, convenhamos, politicamente falando, quem acredita que a culpa daquilo que não funciona é mesmo do Rogério, do Bagé, da Rita, do Caetano, do Sandro, do Eugênio, do Sidney e do Márcio? Isso mesmo, ninguém! A culpa é sempre do Olizandro! Esse é o problema de ser a única estrela da constelação.
Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br. Até uma próxima!

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