A Educação Infantil no momento de Pandemia

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Importante fazer da vida cotidiana uma viagem e não um porto. A viagem dá possibilidade de encarar a vida em suas diversas situações, pois sempre traz uma experiência nova, já o permanecer no porto não possibilita aventurar-se ao novo, ao detalhe, ao pormenor, ao diferente e ao simplesmente extraordinário (Altino, pág. 179. 2020).

Nesse momento em que um vírus inesperado ameaça as nossas vidas e vem nos transformando para garantir a continuidade da Educação Infantil. Estamos mudando as rotinas, as atividades, as relações, os espaços, tempos, os materiais, as nossas vidas e expectativas para o futuro. São tantas mudanças em tão pouco tempo. Foi preciso um momento difícil para despertar em nós a vontade de continuar com uma criatividade ainda maior, com mais humanidade, o desejo de estarmos juntos, um olhar mais sensível e cuidadoso para cada família e cada criança. Todo esse desejo de mudança, de fazer a diferença na vida das pessoas, sempre esteve pulsando dentro de nós o tempo todo, mas estava adormecido em meio às rotinas do dia a dia. Essa vontade de ressignificar a Educação Infantil sempre esteve presente, mas ao mesmo tempo o medo da mudança e de novos desafios era ainda maior. As relações entre as Unidades Educacionais e as famílias sempre foi de parceria em busca de compartilhar momentos juntos, mas nesse cenário que estamos vivenciando um elo intenso foi criado, dificilmente será rompido quando as rotinas retornarem, esse vínculo criado irá continuar por meio do olhar cuidadoso, respeito e valorização desses espaços que foram pensados e criados para as crianças. Hoje esses espaços encontram-se sem cor, sem cheiro, vazios, sem vida e sem sentido de estarem ali naqueles lugares.

A esperança de que nossas rotinas sejam retomadas é imensa, mas há também o desejo de que essas rotinas retornem ressignificadas depois de tudo o que vivemos, com menos rotinas rotineiras, menos quantidades e mais qualidade, mais vida, mais liberdade, mais significado, mais escuta, mais sentido, mais natureza, mais brincadeiras, mais momentos no parque, mais reflexões, mais autonomia, mais participação das crianças e famílias, mais tempo ocioso, mais materiais não estruturados, mais convivência familiar, mais empatia, mais interações e que logo que possível esses espaços estejam cheios de crianças e infâncias.

Momentos difíceis estão sendo vivenciados por todos, mas também de muitas reflexões de que a Educação Infantil pode nos encantar cada vez mais, despertando em nós a coragem necessária para acreditar em um novo começo.

Texto: Lucilene siqueira de França – Educadora Infantil

Publicado na edição 1216 – 11/06/2020

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