A primeira vez

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

Lua estando coisa mais linda depindurada no céu, grande e amarelona, iéu sentadon na varanda pitando um paiero fiquei zoiando aquela bola subindo no meio dos pinhero, se tivesse uma máquina de tirar retrato fotografia servindo pra fazer cartom postal. Enquanto lua se alevantando iéu ficando ansim pensando que tanta das coisa bunita que os poeta falando da lua que inté me véio na cabeça umas palavra que podendo sirvir de inspiraçón praqueles que non tem a oprutunidade de enxergar a lua como que iéla merecendo, pegô um pacote de farinha anaconda, uma caneta e rabiscô umas escrita: Lua que se pindura no céu espéia a image na minha memória, iéra ansim tom pitoquinha e fói se enchendo inté ficar gordinha e dorada, só pra trazer aligria no coraçón e cutucar a saudade que existindo no meu peito, daquela noite inesquecível da minha primera véis. As mariposa avuando aloprada na velocidade das minha lembrança, os morcego fazendo sombra no chom me alembrando o caminho de folhas caídas inté a bera do riberón, as curuja piando como piava meu peito procausa da asma, os grilo gritando fazendo festa iscundido nos tronco das bracatinga, os sapo pulando de aligria no banhando coaxando a musca da seduçón, e nóis dois caminhando, dando topada nas raiz das aruera, escoregando o Kichute nas poça de lama, luis do luar, que ilumiava os zoinho meigo dela, que demonstrava medo quando se atravessava as pinguela que por duas véis iéu pegando iéla no colo e se iquilibrado no desejo pra non despencar pra drento da corenteza. Iéla non falava nada mais sabia o que ia acontecer, iéu sentia o corpo dela tremendo como as vara de marmelo no vento que refescava minha testa assuada. Se achequemo na clarera do meio do mato, iéu se assento na pilha de lenha picada e juntinho fiquemo zoiando a mesma lua, que parecendo soltar um soriso por ser a única testemunha na nossa estripulia. Por uns momento iéu inté pensando em desistir, com medo de que alguém discubrisse nóis dois, que iriam contar na escola, rapaziada toda remedando, sei que iéla também pensando o mesmo proque dando uns passo pro caminho de volta, mais a Lua sabendo que iéste que seria a noite, inté se escondendo detráis dumas nuve do céu pra deixar nois dois mais a vontade e naquele momento fatídico, iéu deu abraço dela, acariciou todo seu corpo, passô mon na cabeça dela, e agora mais forte segurando, iéu iscuitô a única palavra que iéla disse naquela noite: Béééééé´!

Publicado na edição 1230 – 17/09/2020

A primeira vez
Compartilhar
PUBLICIDADE