A quem interessa o desmonte da Educação Pública?

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Esta Coluna é de responsabilidade do Sismmar e não representa necessariamente a opinião do jornal O Popular

Como bem disse Darcy Ribeiro, “a crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto”. Um projeto nefasto de políticos que são eleitos com doações eleitorais de empresários milionários e atuam exclusivamente na defesa dos privilégios dos mais ricos em detrimento dos direitos da população, principalmente da camada mais pobre.

Desde que assumiu a presidência, Jair Bolsonaro não poupou esforços para atacar a escola e a universidade pública. Bilhões em verbas já foram cortados das universidades e institutos e o Ministério da Educação (MEC), hoje liderado pelo pastor evangélico Milton Ribeiro, já anunciou um corte de mais de R$ 4 bilhões no orçamento de 2021.

Vale lembrar que Bolsonaro também tentou impedir a aprovação do Fundeb Permanente, fundo responsável pelas verbas destinadas à educação básica. Caso o pedido do presidente tivesse sido atendido, a educação sofreria um apagão já no próximo ano, haja vista que os recursos esgotariam em 2020.

E os ataques não param por aí. Em diversos estados do Brasil, os políticos alinhados ao plano de desmonte dos serviços públicos de Bolsonaro seguem a mesma lógica, impondo diversos ataques à Educação Pública nos estados e municípios.

Liderado pelo governador Ratinho Jr, o Paraná é um desses exemplos. A terceirização de funcionários de escolas, o congelamento de promoções e progressões, as provas para a contratação por Processo Seletivo Simplificado (PSS) e a pressão pelas atividades presenciais no período de pandemia estão entre os principais ataques.

Ratinho se aproveita da pandemia de diversas formas para impor seus ataques à escola pública. Logo no início do surto de Covid-19 o governador torrou mais de R$ 21 milhões para implantar o ensino a distância no estado, e fez isso sem licitação e sem evidência alguma de que esse modelo de ensino tenha eficácia.

No final de setembro, Ratinho pegou os professores e toda a comunidade escolar de surpresa e também conseguiu aprovar, em regime de urgência, um projeto de lei que permite a militarização de 215 escolas da rede estadual. Em mais uma postura antidemocrática e autoritária, o governador fez isso sem ter qualquer diálogo com as famílias, estudantes ou trabalhadores da educação.

Escola cívico-militar quer dizer que os filhos dos mais ricos podem estudar em escolas privadas com métodos pedagógicos de Maria Montessori, Jean Piaget e Paulo Freire, enquanto os filhos da classe trabalhadora, que dependem da educação pública, devem estar em escolas nas quais são obrigados a atender ordens militares. Por isso, precisamos lembrar ao governador que escola é para formar cidadão e não soldado!

O desmonte da Educação Pública, em todas as suas formas, só interessa à uma elite que quer se perpetuar no poder e impedir que os trabalhadores e seus filhos tenham melhores condições de vida. Só interessa aos políticos que são eleitos com o dinheiro desses grandes empresários. Só interessa a quem não é comprometido com o bem-estar da população e desenvolvimento do país.

Publicado na edição 1237 – 05/11/2020

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