Amar e ser amado

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Segundo o grande psicólogo William James, o ser humano tem uma necessidade básica e fundamental que percorre todas as etapas de sua vida: amar e ser amado. Essa necessidade não se dissolve com o passar dos anos, pelo contrário, mantém-se viva e presente, sobretudo quando vai se aproximando a velhice e o final da vida.

Amar é a essência da nossa vida. Nascemos para amar, e quando o nosso coração está amargurado, triste, carente, ou pior, movido pelo ódio, pela vingança, pelo ressentimento, isso quer dizer que algo não está bem. Talvez agimos assim exatamente porque falta em nós o sermos amados por aquilo que somos. A falta de um amor sincero, verdadeiro, pode acarretar verdadeiras neuroses e sofrimentos em nossa existência.

Quando criança, o ser humano é carente de um amor sincero que não cobra, não exige e que o ama simplesmente por aquilo que ele é. A rejeição pode causar verdadeiros distúrbios e uma vida desregrada no futuro. Não há nada mais violento e sofrido do que ser rejeitado, ser ignorado, ser duvidado e por isso ser tratado com desdém ou como um estorvo. Quantas pessoas marcadas pela vida de modo negativo, porque nunca vivenciaram um sincero amor. Quantas tragédias poderiam ser evitadas se na base, no inicio da vida aquela pessoa tivesse feito a profunda experiência de ser amado.

Quando fazemos a experiência de sermos amados, brota em nós o desejo de retribuirmos isso amando os outros. É impossível guardarmos somente para nós mesmos o amor vivido, recebido e o colocamos então a serviço dos outros. Na medida em que amamos, nos realizamos como pessoas, pois como muito bem diz São Paulo, ‘existe mais alegria em dar do que receber’. Essa máxima nos enche de vida, e nos motiva para colocarmos o melhor que existe dentro de nós, como oferta natural, espontânea e gratuita aos que estão ao nosso redor.

Amar alguém também não significa lhe oferecer tudo o que ele quer, mas pelo contrário, oferecer o essencial: o amor gratuito e desinteressado. O amor não pode ser cobrado, porque isso demonstra um interesse, ou como costumamos dizer, é um amor interesseiro. Percebemos isso em muitos pais que cobram dos filhos o que fizeram por eles, como se tivesse sido um dever ou uma obrigação apenas. O amor verdadeiro não cobra, não espera recompensas, não exige devoluções, porque foi feito na gratuidade. Tudo aquilo que é cobrado demonstra a necessidade doentia daquele que oferece esse amor, sua carência, seu desejo de manter o outro seu refém, sempre devendo favores. Isso não é amor, com toda a certeza, pois o verdadeiro amor nunca fica exigindo respostas, mas ama na liberdade, porque essa é a sua essência e a sua identidade. Como é bom amar livremente e vibrar com a felicidade do outro.

O grande parâmetro para entender se realmente estou amando, é o modo como reajo diante do sucesso do outro. Quando amo alguém, a minha felicidade consiste na felicidade do outro. A falta de amor cria inveja, ciúmes e uma enorme dificuldade em aceitar que o outro possa dar-se bem na vida. Poderíamos dizer que Deus se alegra quando os seus filhos vivem plenamente a vida, como bem dizia Santo Irineu, ‘a glória de Deus é o homem vivente’.

Oxalá houvesse mais amor no mundo, e tudo seria muito diferente! Não tenha receio de demonstrar o seu amor, através de um abraço, um sorriso, uma palavra amiga, ou então de gestos profundos de acolhida. Isso faz muito bem para quem é amado, mas faz muito bem para você que acolhe o outro, querendo apenas e unicamente o seu bem. Ame com todas as suas forças, mente e coração, e permita ser amado pelo que você é, eis a essência da felicidade.

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