Analfabetos funcionais, mas com netbooks

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Amigos leitores, a coisa está piorando. Os comandantes da pobre Araucária ou são muito incompetentes, ou verdadeiros míopes políticos, ou – pior – muito mais inteligentes do que podemos supor. Se a opção for a última, o problema é que a esperteza e a sabedoria podem ser usados tanto para o mal quanto para o bem da coletividade.
 
O meu protesto da semana é quanto a idiotice do projeto megalomaníaco do atual prefeito de distribuir um mini computador portátil para cada aluno da rede municipal de ensino. A previsão é que parte dos equipamentos comece a ser entregue já no início de abril. Agora vejam como as coisas são: as escolas estão precisando de reformas, faltam vagas nas creches, a qualidade do ensino não é boa, os casos de violência nas instituições de ensino estão aumento dia após dia, muitas crianças vão pra aula principalmente para poder comer a merenda na hora do recreio, a promessa de distribuição de materiais escolares não foi concretizada, idem para os uniformes e o prefeito quer gastar cerca de R$ 12 milhões, dos quais R$ 3 milhões já foram gastos, em mini computadores. É um descaso com o nosso dinheiro e um tapa na cara de cada professor comprometido com o ensino que leciona nesta cidade.
 
Minha indignação com este absurdo não é de hoje. É de desde que o prefeito assumiu tal compromisso, ainda no período eleitoral. Resolvi tocar neste assunto agora porque li recentemente numa coluna do Sismmar que professores estão sendo assaltados dentro das escolas, por marginais que invadem os estabelecimentos, muitas de vez com a arma em punho. Procurando um pouco mais, soube que tal barbaridade aconteceu na Escola Ayrton Senna, no jardim Sol Nascente, justamente um dos estabelecimentos que serão utilizados como piloto para o projeto dos mini computadores. Agora, me digam: se os marginais, por falta de segurança, estão invadindo as escolas pra roubarem o relógio e o celular dos professores, imagine quando o local estiver cheio de mini netbooks? Ah, alguém aí já deve ter dito: “que burro ele, estes computadores são educacionais, não tem valor no mercado normal”. Está bem, e alguém acredita que bandido que rouba relógio pra trocar por uma pedra de crack vai levar isto em conta? Claro que não! Assim que ele souber que tem dezenas de computadores no prédio, vai querer invadir o local pra roubar. E, caso aconteça das crianças poderem levar estes equipamentos pra casa, vai acontecer a mesma coisa: um monte de aluno sendo assaltado nas ruas.
 
Pode até parecer que eu esteja pregando o caos ou sendo pessimista, mas não é isso minha gente. Eu, enquanto cidadão (e repetirei esta minha condição sempre que puder), quero o dinheiro dos nossos impostos bem empregado. Investidos em políticas públicas que resultem num ciclo virtuoso para a nossa educação e não em projetos populistas, com intuito de salvar a pele de políticos em decadência.
 
E, você, o que pensa sobre o assunto? Meta a sua colher neste assunto e deixe o seu comentário. Até semana que vem!
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