Foi com muita indignação que percorri as ruas do loteamento Uirapuru, no bairro Costeira. O local está se tornando uma verdadeira ocupação irregular de cães de rua. Os animais são abandonados aos montes, muitas vezes com casinha e tudo. Em alguns casos, cachorras que acabaram de dar cria são depositadas ali com ninhadas de filhotinhos. A situação é revoltante.
Embora saiba que o safado desta história é o mau caráter e bandido que largou o pobre cachorrinho ali, penso que o Poder Público não está dando a devida atenção para o problema que os cães de rua já se tornaram em Araucária.
O enfrentamento desta situação é urgente e não passa somente por esse “mimimi” que sempre ouvimos quando os gestores são questionados sobre como estão procurando resolver a situação. Ora, não é com a castração de meia dúzia de animais, com o recolhimento de outra dúzia de cães, com a publicação de alguns outdoors e com reuniões com amantes dos cachorros que se enfrenta um problema tão complexo como esse. Tudo isso é medida paliativa.
É preciso punir o ordinário que abandona seu animalzinho de estimação. É preciso criar mecanismos legais que obriguem a castração dos cães nesta cidade, com regras específicas para aquelas pessoas que, por ventura, tenham interesse na reprodução de seus bichinhos. É necessário identificar e cadastrar todos os proprietários de cachorros na cidade, bem como o animal, de modo que – quando um deles for visto a perambular pelas ruas possamos saber quem é seu dono.
Do mesmo modo, é preciso monitorar as áreas com alta incidência de abandono de cães, exigindo que os proprietários destes locais combatam esse crime. Vejam o caso do Uirapuru mesmo, que se tornou um depósito de lixo e de cães. Ora, enquanto aqueles lotes não são vendidos, a responsabilidade por eles é da empresa, imobiliária ou sei lá quem é dono daquela área. Logo, a Prefeitura precisa autuar esses sujeitos e obrigá-los a cercar ou colocar segurança no loteamento, de modo a coibir que esses bandidos despejem ali animais e lixo.
Por outra banda, é preciso investir fortemente na conscientização das pessoas sobre quão grande é a responsabilidade de se ter um cachorrinho. É preciso que elas incorporem o sentimento, e não apenas tenham a informação, de que o bichinho irá crescer, pode ficar doente, dará trabalho e viverá muitos anos. Se não fizermos tudo isso, continuaremos a ver – todos os dias – mais e mais cães sendo covardemente largados por nossas ruas.
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