Câmara desmoralizada!

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Cubro as sessões da Câmara de Vereadores há dez anos. Com raras exceções, sempre as segundas-feiras estou lá. Talvez tenha em meu currículo mais sessões do que o vereador Cabrini, que volta e meia não dá às caras em plenário. Neste período já acompanhei aqueles onze senhores analisando leis importantes para o nosso município. Já os vi falando diversas coisas agregadoras para o nosso Município. Já os vi – também – falando as mais diversas besteiras, daquelas que despertam a chamada “vergonha alheia”.

Vi também – em várias ocasiões – as cadeiras daquele plenário lotadas de araucarienses que foram lá para acompanhar, pressionar ou mesmo fazer claque para determinadas votações. Enfim, nestes anos todos vi de tudo um pouco acontecendo naquela Casa. Só não tinha visto algo tão deprimente como o episódio da semana passada: dois senhores, com idade para serem pais de boa parte de quem mora em Araucária, brigando como dois adolescentes malcriados.

O episódio envolvendo os vereadores Clodoaldo e Esmael mancha a história do parlamento municipal, desmoraliza aquela Casa de Leis. Suja a imagem dos araucarienses, passa a impressão de que somos uma cidade de primatas, sem educação, que não consegue manter uma discussão focada no interesse público, com galhardia e decência. Joga por terra o trabalho de milhares de pais e professores que diariamente tentam imprimir em seus filhos e alunos que a violência e a falta de respeito ao próximo não leva à nada.

Ora, os que não param para analisar com o devido cuidado esse episódio podem até achar que tudo aquilo não passou de um fato isolado, que vereador tal é assim mesmo, que o outro é esquentadinho e assim por diante. A verdade, porém, não é essa. Dentro daquele plenário não estavam dois moleques. Aqueles senhores são dois dos onze pilares de sustentação do Poder Legislativo. Ali, jamais, em hipótese alguma, eles poderiam pessoalizar qualquer discussão, como ambos fizeram. E, se fizeram isso, é prova inequívoca de que eles não têm condições morais de ocupar o cargo para o qual foram eleitos.

Quando da diplomação, com a mão direita em riste, nunca é bom esquecermos, ambos prometeram respeitar nossa legislação. Na semana passada, eles descumpriram esse juramento e se inabilitaram para permanecerem lá. E eles sabem disso! Se estivéssemos num país onde os políticos tivessem vergonha na cara, os próprios envolvidos já teriam renunciado ao cargo que ocupam.

Isso, porém, aparentemente não é o caso. Resta saber se os outros nove edis, os outros nove pilares da nossa Câmara vão coa­dunar com o desrespeito que os brigões impuseram a eles e a toda comunidade araucariense ou se vão honrar o mandato que lhes demos. Façam suas apostas!
Comentários são bem vindos e www.opopularpr.com.br. Até uma próxima!

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