Candidatos criticaram o nível das provas

No domingo nenhum canditato chegou após o fechamento dos portões
Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

No domingo nenhum canditato chegou após o fechamento dos portões
No domingo nenhum canditato chegou após o fechamento dos portões

Os candidatos que fizeram o Enem deste ano, realizado nos dias 5 e 6 de novembro, saíram do local de provas insatisfeitos, isso porque acharam o grau de dificuldade bastante alto. A maioria disse que o enunciado das questões era muito extenso e confuso, exigindo tempo maior na reso­lução das questões. O tema da redação “Caminhos para Combater a Intolerância Religiosa no Brasil”, também foi alvo de críticas, uma vez que os candidatos esperavam um tema mais voltado a situações que estão mais em voga nos dias atuais.

O estudante Wilker Antônio Miranda de Sousa Júnior, de 19 anos, morador do bairro Tindiquera, que já concluiu o ensino médio, também faz parte do grande contingente de candidatos que fez o Enem para entrar para a faculdade de Publicidade e Propaganda com um financiamento estudantil. Quanto às provas, Junior disse ter achado interessante o tema da redação “Ninguém imaginou que iria cair algo assim. Na prova de Língua Portuguesa tinha muita interpretação de texto, não foi exa­tamente o que aprendi no ensino médio. E na prova de Química achei as questões confusas e bem complicadas”, pontuou. Junior fez as provas na Escola Archelau de Almeida Torres.


Andressa Freitas de Azevedo, 17 anos, moradora de Contenda, já concluiu o ensino médio, e fez as provas no Colégio Julio Szymans­ki. Este foi seu segundo Enem. “Fiz em 2014 pra ver como era e, em comparação com este ano, achei esta edição bem mais organizada, com mais aparatos de segurança, dando menos chances para possíveis fraudes”, comentou.

A candidata não poupou críticas às provas, dizendo que estavam bastante cansativas, com enunciados extensos e confusos. “Pra ter ideia, saí da sala faltando apenas 15 minutos para esgotar o prazo.

A redação até que achei tranquila, abordou um tema bem abrangente, fácil de explorar.Agora é só esperar o resultado e tentar entrar pra faculdade de Adminis­tração, com um financiamento estudantil. Se não der tudo bem, farei um curso técnico”.

Nunca é tarde

A situação de Arlete Aparecida de Lima, 48 anos, moradora do Campina da Barra, trouxe à tona uma questão social que está sendo bastante difundida no país: a dificuldade de conseguir emprego por não ter o ensino médio completo. Pra ela também pesou bastante o fato de ela ter passado grande parte de vida morando na área rural. “Fiz o Enem para concluir o ensino médio, isso porque sempre morei na área rural e não tive a oportunidade de concluir os estudos, a escola era muito longe de casa, não havia condução, depois casei, os filhos vieram e tudo isso dificultou. Hoje estou desempregada e a falta de estudo está sendo um grande empecilho pra encontrar um emprego. Não estou confiante com o resultado, fui mal e tenho consciência disso”, comentou.

Arlete fez as provas no Colégio Júlio Szymanski. Sobre o grau de dificuldade das questões, afirmou que as questões estavam muito difíceis, principalmente as de Matemática. “A redação então nem se fala. Caiu um tema totalmente diferente do que eu havia estudado, o que complicou ainda mais minha condição”.

Isolamento

Para os candidatos adventistas que tiveram que ficar em isolamento na Escola Elizabeth Werka, e só começaram a fazer as provas depois do pôr do sol, o tema da redação, “Caminhos para Combater a Intolerância Religiosa no Brasil”, foi encarado como contraditório, uma vez que a própria situação a que são submetidos por motivos religiosos é constrangedora. A estudante Tcharla Larissa Oliveira Santos, 19 anos, que é adventista, disse ter ficado surpresa com o tema da redação. “Não esperava que iria ser assim, ficamos trancados a tarde toda. É uma ironia eles colocarem o tema sobre intolerância religiosa, é como se eles mesmos não respeitassem. Ao invés de guardar o sábado para santificar, tivemos que ficar trancados na sala. Às 19 horas eles entregaram a prova, mas o sol ainda não tinha se posto, então eu comecei umas 19h45 e fui até às 22 horas”, criticou a estudante.

Tcharla, que mora no Jardim Esperança, já concluiu o ensino médio e fez o Enem para encarar uma faculdade de Engenharia Mecânica.

Abstenções surpreenderam

O Enem deste ano teve um número expressivo de abstenções, além da quantidade de candidatos que chegaram atrasados e não puderam fazer as provas. No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), foram registrados 8.356.215 inscritos, sendo que 5.848.619 fizeram as provas e 2.507.596 foram de ausentes, representando um percentual de 30% de abstenções. No Paraná, dos 375.624 inscritos, 257.061 fizeram as provas e 118.563 foram de ausentes, o que representou 31,56% de abstenções. Os dados de Araucária não foram fornecidos pelo Inep. Para o cálculo, o Instituto excluiu os participantes que farão as provas em dezembro. Do universo de inscritos no país, 768 foram eliminados por descumprimento de regras gerais como o uso de detector de metal e recusa da coleta do dado biométrico.

Outra data

Em Araucária, segundo o Inep, dos 6.436 inscritos, 180 farão as provas nos dias 3 e 4 de dezembro, no Colégio Estadual Fazenda Velha. É o caso da estudante Taciane Tamara Picussa Pavani, 19 anos, moradora do bairro Estação. Ela recebeu uma mensagem pelo celular na semana que a prova seria realizada, avisando da transferência da data.

“Achei bom, pois ganhei mais um mês para estudar, me preparei bastante e vou seguir este ritmo até o dia da prova, eu conclui o ensino médio há dois anos e este será meu primeiro Enem. Meu objetivo é entrar para a faculdade de Administração ou Gestão de RH e conseguir financiamento”, comentou.

Ainda conforme o Inep, o resultado do Enem será divulgado no dia 19 de janeiro de 2017.

Texto: Maurenn Bernardo / fotos: everson santos / divulgação

Compartilhar
PUBLICIDADE