Capela do Porto das Laranjeiras se despede do imóvel

Fiéis vestiram roupas pretas em sinal de luto pelo ato de despejo
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Capela do Porto das Laranjeiras se despede do imóvel
Fiéis vestiram roupas pretas em sinal de luto pelo ato de despejo

 

A Capela Nossa Senhora dos Navegantes, no bairro Porto das Laranjeiras, que por determinação judicial está entregando o imóvel que permaneceu durante 30 anos, foi palco de uma despedida emocionante na noite de segunda-feira, 30 de julho. Vestidas de pretos, carregando velas acesas, mais de 500 pessoas se reuniram e deram as mãos para um abraço simbólico em torno do imóvel, fizeram orações intercedendo pelos governantes do Município e pelo futuro da capela.

“Foi um momento de muita tristeza e emoção, muitas pessoas não conseguiram conter as lágrimas. Tivemos a participação de membros de várias outras comunidades, que vieram nos dar apoio. Infelizmente a decisão da Juíza foi severa, e sem volta, por isso já iniciamos o processo de saída do imóvel. Os móveis e outros pertences estão sendo levados para ou­tras capelas vizinhas, que solidariamente nos cederam espaço. Quanto à catequese, já conversamos com a direção da Escola Municipal Juscelino Kubitschek, que temporariamente vai nos ceder salas para as aulas. Graças a Deus todos estão nos apoiando”, comentou o coordenador do Conselho Missionário de Pastorais Comunitário – CMPC, Alexandre Leal.

Apoio de vereadores

Na manhã de segunda-feira, horas antes do protesto na Capela, representantes do Conselho se reuniram com alguns vereadores e estes manifestaram solidariedade à comunidade. “Eles se compro­meteram em encaminhar uma Moção de Apoio à Capela Nossa Senhora dos Navegantes e ainda entrar com um pedido para que seja declarada de utilidade pública em função dos relevantes programas sociais que desenvolve em prol da comunidade. Na próxima terça-feira, 8 de agosto, eles ficaram de nos receber novamente para uma nova conversa. Enquanto isso, também estamos tentando apoio da Prefeitura”, contou Alexandre.

Segundo ele, a Capela já possui um terreno no Jardim Moteleski, onde tem planos de construir sua nova sede. “Também existe a possibilidade de adquirirmos um novo terreno. De qualquer forma, apesar de termos sentido fortemente o impacto de ter que sair às pressas do imóvel, estamos nos surpreendendo com a solidariedade das pessoas e vamos começar a construção da Capela do zero, como já fizemos uma vez”, pontuou Alexandre.

Relembre o caso

O Ministério Público instaurou um procedimento pedindo a retomada do imóvel ocupado pela Capela, por parte do Município. Um processo paralelo foi movido pela Capela, apresentando os argumentos para permanecer no local. Em sentença proferida no dia 14 de julho, a Juíza Patrícia Mantovani, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Araucária, concedeu ao Município a reintegração de posse do terreno.

A Capela entrou com recurso para tentar levar a questão a uma audiência de conciliação, mas não obteve êxito. Na semana passada, a comunidade foi surpreendida mais uma vez ao receber o mandado para cumprimento da ordem de desocupação no imóvel.

 

Texto: Maurenn Bernardo / Foto: Marco Charneski

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