Cautela! Não nos deixemos iludir

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Com profunda tristeza, temos assistido às denúncias de irregularidades na empresa que abastece o Brasil de petróleo e derivados. A PETROBRAS, empresa sexagenária criada após a campanha O PETRÓLEO É NOSSO, está em uma séria crise. O consumo do chamado ouro negro cresceu exponencialmente e nosso país é uma das principais economias do mundo, graças ao trabalho de sua gente e ao potencial com que a natureza nos agraciou. O petróleo e seus derivados movem as máquinas agrícolas e a maioria dos veículos de transporte, gerando ainda parte da energia elétrica nestes tempos de baixa nos reservatórios das hidrelétricas e aumento do consumo. A petroquímica tem uma gama enorme de aplicação, nos plásticos, tintas e em muitos produtos do dia a dia. O desenvolvimento tecnológico da antiga estatal do petróleo, gerou tecnologia de prospecção de petróleo em águas profundas e a levou à vanguarda tecnológica mundial do setor. A consequência foi a descoberta das reservas do pré-sal, que tornarão o país exportador do combustível mais usado no planeta. O monopólio de produção e refino de petróleo foi quebrado, a PETROBRAS tem suas ações negociadas nas bolsas de valores e o estado brasileiro é seu maior acionista e controlador. A tristeza advém dos escândalos que envolvem dirigentes da PETROBRAS e das maiores empreiteiras do país. Mas, os indiciados – mesmo os de alto escalão e de altíssimo poder econômico – estão sendo presos pela Polícia Federal e levados aos tribunais para responderem por seus atos, em fato quase inédito na nossa história. A punição exemplar de culpados, particularmente os de elevado poder, deverá reduzir o saque aos cofres da PETROBRAS e de outras riquezas nacionais. Porém, é necessária muita cautela aos brasileiros. Findo o monopólio, os grandes grupos privados nacionais e multinacionais não assumiram a produção e o abastecimento de petróleo indispensável ao desenvolvimento do Brasil, certamente para evitar os altíssimos investimentos necessários para tal. Em meio ao escândalo, começam a surgir vozes que defendem a privatização da PETROBRAS, alegando que o estado brasileiro não é capaz de reduzir a corrupção. Estas vozes partem de pessoas equivocadas, a meu ver, que pensam que o país e suas estruturas de controle conseguiriam garantir o atendimento da demanda brasileira de energia fóssil após a privatização. Pode ser, ainda, que seja manifestação de inocentes úteis ou até de pessoas que estejam a serviço de interesses alheios à nação brasileira. Não me é possível acreditar que uma empresa privada, nacional ou estrangeira, vá garantir o abastecimento de petróleo e derivados para os brasileiros em qualquer tempo, com preços estáveis. A atual crise mundial fez com que o preço do barril de petróleo perdesse a metade de seu valor no mercado mundial, havendo teorias consistentes de que tal situação seja estratégia do jogo geopolítico das superpotências. A história mostra que quedas são cíclicas e precisamos garantir a continuidade do nosso desenvolvimento, no qual o abastecimento de energia representa a soberania do país. Apoiemos o combate firme à corrupção, sem deixar de defender a PETROBRAS como peça chave do nosso desenvolvimento e sempre mantida sob o controle dos brasileiros por meio do aparato estatal.

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