A Prefeitura divulgou nesta semana, pelo site da PMA, uma matéria em que tenta explicar e “costurar” a falta de planejamento da gestão na educação (entenda-se que esta falta não é somente deste mandato). No texto, a administração afirma que o Município irá alugar imóveis em várias regiões da cidade para criar novas vagas nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), já no início de 2016.
De acordo com a matéria, “as novas vagas criadas serão para atendimento de alunos de 0 a 3 anos e em regiões onde há maior necessidade”. Contudo, na última audiência pública sobre a educação infantil, que aconteceu na Câmara Municipal, no dia 19 de novembro, a Secretária fez uma afirmação contrária ao que está escrito no site. O vereador Clodoaldo Nepomuceno a questionou sobre os espaços a serem locados para os Cmeis, pois existe uma série de requisitos a cumprir para que um Cmei seja aprovado pela Vigilância Sanitária. Até o momento, parece que não existe uma previsão de custos, ou seja, quanto a Prefeitura irá gastar para adequar os imóveis às exigências da Vigilância. E, mais: quando o espaço é devolvido ao proprietário deve ser entregue da mesma forma em que estava quando foi alugado. Isto significa ainda mais despesas.
Na audiência, a Secretária de Educação, Janete Schiontek, respondeu que as locações seriam destinadas inicialmente a atender apenas pré-escolas, e, que as adaptações eram viáveis, visto o quesito “custo”. Ainda, segundo Janete, o que seria inviável são as adequações nos espaços para crianças de 0 a 3 anos, e que estas modificações sim gerariam custos elevados. Segundo ela, não há com o que se preocupar, pois o impacto financeiro das adaptações nos imóveis será minimizado por tratar-se de atendimento pré-escolar.
Fica claro que há incoerência entre o que é divulgado em um setor da gestão e o que o outro setor afirma. A discrepância de discurso reflete no descaso com os servidores e com a população em geral. Em quem acreditar? A confiança no Executivo escorre pelo ralo, dia após dia. Será que os dados apresentados pela Secretaria, como o número de crianças atendidas e o número de crianças na lista de espera é verdadeiro, ou trata-se de uma tentativa de engambelar o povo?
Vale-creche, contratação por Processo Seletivo Simplificado (PSS), novos Cmeis. Este discurso faz parte de uma apresentação viciosa que é somada à negligência do poder público. Ações emergenciais, de caráter cada vez mais contraditório, não resolvem o problema, apenas “tapam o buraco”… por pouco tempo.
