Transportar os passageiros do TRIAR de graça ao longo de todos os domingos de um ano custará aos cofres públicos municipais menos do que a Companhia Municipal de Transporte Coletivo (CMTC) já pagou em 2017 a título de ações trabalhistas para alguns de seus 29 funcionários. Exatamente: Araucária vai gastar menos com a chamada tarifa domingueira do que com o pagamento de indenizações trabalhistas para menos de uma dezena de empregados.
Levantamento feito por nossa reportagem mostra que até o início deste ano já haviam sido pagos em condenações trabalhistas a oito funcionários a cifra milionária de R$ 1.359.759,73. O valor é superior aos R$ 1.318.272,00 estimados pela CMTC para custear a tarifa domingueira ao longo de doze meses.
Basicamente, os valores pagos pela CMCT são fruto de sentenças da Justiça do Trabalho porque a Companhia teria, entre outras coisas, deixado de pagar horas extras a esse grupo de funcionários. Há ainda outras condenações por danos morais, estas, no entanto, de menor valor.
Quase a totalidade das ações que a CMTC está sendo obrigada a pagar agora foi originada nos anos de 2013 e 2014, quando o prefeito era Olizandro José Ferreira (PMDB). No entanto, as horas-extras não pagas teriam sido feitas na gestão de Albanor José Ferreira Gomes (PSDB), no período entre 2009 e 2012.
Dos quase R$ 1,4 milhão pagos, chama a atenção os milhares de reais pagos ao funcionário Marcio Rodrigo Antunes. Incríveis R$ 613 mil. O valor foi tão alto que a CMTC teve que parcela-lo. Achou muito? Pois saibam que o funcionário não. Ele, inclusive, entrou com um novo pedido junto à Vara do Trabalho solicitando que o cálculo do que a CMTC lhe deve seja revisto, o que pode aumentar o passivo da Companhia com essas ações trabalhistas muito em breve. Na tabela abaixo, o leitor confere quanto foi pago – até aqui – a cada um dos funcionários que entrou na Justiça contra a empresa.
TRABALHISTAS PAGAS PELA CMTC EM 2017
Texto: Waldiclei Barboza