Desdobramento da Operação apura suposto pagamento de propina de quase R$ 1 milhão

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Deflagrada nesta terça-feira, 29 de setembro, a operação que prendeu o proprietário de uma construtora com vários empreendimentos em Araucária e região e determinou o afastamento de Ben Hur Custódio de Oliveira do cargo de vereador investiga um suposto pagamento de propina de quase R$ 1 milhão.
A informação foi dada pelo procurador Leonor Batisti, coordenador do GAECO, que deu apoio logístico à ação, que é conduzida pelo Ministério Público de Araucária.

De acordo com aquilo se sabe até o momento, o empresário teria feito o pagamento dos valores para que Ben Hur protocolasse e fizesse aprovar pelo menos um projeto de lei que seria do interesse da Construtora. A lei, porém, aprovada pela Câmara, nunca teria chegado a entrar em vigência, já que foi vetada pelo prefeito Hissam Hussein Dehaini tão logo chegou para sua sanção.

Ainda conforme apurou O Popular, as investigações teriam sido iniciadas após a deflagração da operação Rota 66 em meados do ano passado. A ação, que também teve como alvo a construtora e seu proprietário, apura uma série de ilícitos para aprovação de condomínios residenciais no município de Campo Largo.
Informações obtidas por nossa reportagem também dão conta de que o projeto de lei em questão isentaria empresas que construíssem apartamentos enquadrados no programa Minha Casa Minha Vida da apresentação de Estudos de Impacto de Vizinhança (EIVs) e, por consequência, de custos extras pelos incorporadores em razão da realização de medidas compensatórias e mitigadoras.

As ações deflagradas na terça-feira tiveram como objetivo, conforme apurou O Popular, reforçar o corpo probatório para eventual denúncia que pode ser apresentada pelos promotores João Carlos Negrão, David Kerber de Aguiar e Karine Romanni ao longo das próximas semanas. Além do cumprimento de mandados de busca e apreensão, afastamento da função pública de Ben Hur e prisão do empresário, O MP ainda estaria realizando ao longo desta semana oitivas com servidores públicos e outras testemunhas.

O que dizem os envolvidos?

Questionados sobre as acusações, o vereador Ben Hur afirma que jamais recebeu qualquer tipo de valor do empresário em troca da propositura de projetos de lei. Afirma também que ele e todos os demais parlamentares recebem de pessoas físicas e jurídicas os mais diversos tipos de sugestões de leis, sendo que algumas se tornam projetos e outras não. Ben Hur disse ainda que tem convicção de que não cometeu nada de irregular e que isso será provado nos autos.

Já a assessoria da Construtora pontuou que “a construtora sempre colaborou e segue colaborando com as autoridades e tem plena confiança na Justiça, tanto que em grau de recurso teve autorização do Poder Judiciário para a retomada de obras anteriormente suspensas de um dos empreendimentos em Campo Largo. Esclarece ainda que nesta nova fase da operação a empresa não é envolvida nos fatos, bem como o processo segue em segredo de Justiça”.

Nossa reportagem também entrou em contato com a defesa do dono da empresa, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

Texto: Waldiclei Barboza

Publicado na edição 1232 – 01/10/2020

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