Nunca antes na história desta cidade houve um abismo tão grande entre a Câmara de Vereadores e a sociedade araucariense. O Poder pensado para reunir, num único espaço, representantes do povo, dos anseios da comunidade hoje não passa de uma Casa que parece pensar única e exclusivamente em seus próprios interesses.
Esse abismo entre os interesses da comunidade e dos vereadores fica claro na discussão atual que é travada naquela Casa a respeito do número de cadeiras que devemos ter nas eleições municipais deste ano. De um lado temos a população gritando, e gritando muito, que não há que se falar em ampliação de vagas e, do outro, há um grupo de edis interessados em tal ampliação.
E, num ardil descarado, querem nossas excelências utilizar o argumento de que quanto maior for o número de vereadores maior será a representatividade da comunidade quando, na verdade, o que eles querem com tal ampliação é facilitar o acesso de seus comparsas ao Poder Legislativo e, em muitos casos, facilitar a própria reeleição.
O que temos na presente discussão é um grupo de vereadores praticando um caro desvio de finalidade dos poderes que a Constituição e a Lei Orgânica do Município lhes concederam. Uma matéria como a ampliação de cadeiras na Câmara careceria de uma ampla discussão popular, talvez até uma consulta pública. No entanto, como parte da classe política já sabe qual é a resposta, eles preferem ignorar o desejo daqueles que os elegeram para, numa manobra que atenta contra os interesses da população, preservar os próprios projetos de poder e de seus amigos.
Em política, no entanto, assim como numa partida de futebol, o jogo “só acaba quando termina” e sempre há espaço para um “colocar a mão na consciência”. Justamente por isso é importante que a comunidade local fique atenta e não se cale diante daquilo que está acontecendo na Câmara.
Pensemos nisso e boa leitura!
