Dos três colégios locais, dois não aprovaram modelo cívico-militar

Governador Ratinho Junior anunciou os resultados dos colégios que já concluíram a consulta pública. Foto: Geraldo Bubniak/AEN
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Dos três colégios locais, dois não aprovaram modelo cívico-militar
Governador Ratinho Junior anunciou os resultados dos colégios que já concluíram a consulta pública. Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Na contramão da maioria dos colégios estaduais do Paraná que realizaram consulta pública e aprovaram a migração do sistema tradicional para o modelo cívico-militar, Araucária teve duas unidades que reprovaram a proposta. Nos colégios Lincoln Setembrino Coimbra, no bairro Capela Velha e Maria da Graça Siqueira Silva e Lima, no bairro Costeira, o modelo foi reprovado pela comunidade escolar. Já no Dias da Rocha, localizado no Centro, a mudança foi aprovada. O Colégio Lincoln precisava de um quórum de 386 votantes e acabou registrando 390 votos, sendo 292 contrários e 8 favoráveis ao novo modelo. No Dias da Rocha o quórum era de 266 votantes e 272 pessoas foram votar, totalizando 206 votos favoráveis e 66 contrários. Já no Maria da Graça, a votação ainda não encerrou por conta da falta de quórum, considerando que o projeto permitia a extensão da votação até atingir o percentual necessário de votantes. Mesmo assim, o voto pelo “não” segue vencendo, por maioria.

Polêmica

Nos colégios onde a migração for aprovada, haverá implementação da modalidade cívico-militar em 2021. As escolas contarão com aulas adicionais de Português, Matemática e Civismo, permitindo aos estudantes que aprendam sobre leis, Constituição Federal, papel dos três poderes, ética, respeito e cidadania. No Ensino Médio, haverá ainda a adição da disciplina de Educação Financeira. Além de questões curriculares, outra mudança trazida pela nova modalidade de ensino — que será aplicada em escolas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio — é a gestão compartilhada entre civis e militares. Haverá também, de dois a quatro monitores militares, conforme o tamanho da escola.

O problema é que apesar de o governo afirmar que o programa é considerado o maior do país na área, muita polêmica já se formou em torno do assunto. No Colégio Estadual Professor Júlio Szymanski, localizado no Centro, que nem foi selecionado para receber o modelo cívico militar, o diretor André Gotfrid, fez um comentário pertinente, sem críticas ou elogios ao projeto, mas alertando para a realidade da sua escola, que assim como tantas outras, deveriam ter mais atenção do governo estadual, quanto à estrutura humana necessária para atender os alunos. “A resolução que define a demanda de diretores determina 500 alunos por diretor. Nós temos no Szymanski, no período da noite, 756 alunos para um diretor apenas. Lembrando que as escolas cívico militares terão as direções dobradas e podem ter até mais três policiais como inspetores. Nós não temos inspetores e também não fomos incluídos no programa Escola Segura, que conta com a presença de policiais. E mais, estamos sempre pedindo mais pedagogos e diretores, sempre recebendo uma negativa. Nos resta a sobrecarga de trabalho”, lamentou.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1237 – 05/11/2020

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