As obras literárias de Stephen King rendem inúmeros roteiros para filmes e séries desde a década de 80. Sendo aclamado no gênero do terror, a adaptação de “O Iluminado”, dirigido pelo saudoso Stanley Kubrick, é considerado um clássico para os cinéfilos e permaneceu intocado por quase 30 anos. “Doutor Sono” estreia nesta semana com uma responsabilidade imensa: agradar aos fãs, o autor, os críticos e o estúdio.
Revisitar um clássico como “O Iluminado”, é uma tarefa ingrata, pois, ainda que se faça um trabalho excepcional, as comparações com o longa anterior serão inevitáveis. A nova aventura fantástica foi dirigida por Mike Flanagan, que vem se destacando no gênero há algum tempo, com trabalhos como Jogo Perigoso e Ouija 2.
O enredo, que acompanha a vida adulta de Danny Torrance, vivido por Ewan McGregor, trata de seus vícios e medos da infância, vindos da fatídica viagem com os pais até o Hotel Overlook. O universo ficcional de King é peculiar e, sobretudo, confuso e denso, o que pode dificultar a imersão de alguns espectadores, contudo, apesar das referências ao antecessor, Flanagan consegue inovar e criar um ambiente de tensão envolvente, carregado de dramas e seres superpoderosos.
Abrindo mão do terror, a sequência do clássico não passará batida na história do cinema. A trama, onde o protagonista enfrenta fantasmas, e não só os internos, se mantém fiel ao que havia sido pré-estabelecido na franquia. O trabalho visual é primoroso e as interpretações, dedicadas e no tom certo. “Doutor Sono” triunfa e possivelmente agradará ao público e ao autor, diferentemente de “O Iluminado”.
Leia a sinopse
Na infância, Danny Torrance conseguiu sobreviver a uma tentativa de homicídio por parte do pai, um escritor perturbado por espíritos malignos. Danny cresceu, agora ele é um adulto traumatizado e alcoólatra. Sem residência fixa, ele se estabelece em uma pequena cidade, onde consegue um emprego no hospício local e cria um vínculo telepático com uma menina, paciente da instituição.
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