E lá se vão dois anos!

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A incapacidade de seguir em frente na administração pública municipal ainda é algo que me assusta. Fico impressionado como nossos gestores simplesmente preferem continuar a enganar a população e a si mesmos do que reconhecer que certa dificuldade não será superada e buscar alternativas para determinado problema, se é que aquilo era um problema.

Vejam, por exemplo, o caso do malfadado armazém da família, que está fechado desde dezembro de 2012. A gestão que antecedeu à atual fez sabe-se lá o que com a administração desses estabelecimentos, ocasionando um furo milionário aos cofres da Prefeitura de Curitiba, gestora do programa, que corretamente não quis renovar o convênio, impedindo que os armazéns fossem reabertos em 2013.

O atual prefeito, ignorando um ensinamento básico do italiano Nicolau Maquiavel, de que o mal precisa ser feito de uma vez só, prometeu que reestabeleceria o convênio com Curitiba e reabriria os armazéns. Esqueceu-se, porém, de combinar com o governo da Capital. Esqueceu-se, no entanto, de que seria necessário pagar a dívida que nem fora seu governo quem criou. Deve ter esquecido também que aparentemente esse rombo não foi obra do acaso, logo seria necessário mandar investigar decentemente quem fora o culpado pela situação. Enfim, esqueceu-se de um monte de coisas e esse esquecimento ainda lhe custa caro até hoje. Isso porque, passados dois anos, os armazéns continuam fechados e sem perspectiva de serem reabertos.

Olizandro, penso eu, nunca deveria ter prometido reabrir os armazéns. Até porque, convenhamos, o programa estava ultrapassado. As famílias de baixa renda, para quem o programa foi criado, já eram minoria dos atendidos nesses estabelecimentos. Como quase tudo em Araucária, a politicagem imperava nos armazéns. Cadastros de pessoas que não se encaixavam no perfil do projeto brotavam do nada, muitos deles apadrinhados por esse ou aquele político. A bandidada volta e meia roubava esses locais, com uma facilidade que chegava a levantar suspeitas, e levava todo o dinheiro das vendas. O Município gastava horrores com a contratação de terceirizadas para gerir os armazéns, sem contar os custos com a locação desses imóveis e assim por diante.

Faltou à Prefeitura a coragem de acabar de vez com os armazéns lá em 2013. Faltou à Prefeitura a competência de encontrar um programa capaz de substituir os armazéns e não estou falando necessariamente de um projeto de distribuição de alimentos ou de subsídio da cesta básica. Estou falando, talvez, de um programa de promoção dessas famílias para uma realidade social onde elas não mais precisassem comprar em mercados desse tipo.

Se bem que, eleitoralmente falando, promover socialmente as famílias araucarienses, muitas vezes, não é vantajoso. Continuemos então dizendo que os armazéns serão reabertos, mesmo que seja mentira.
Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br. Até uma próxima.

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