E se eu fosse a prefeita?!

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Ainda sobre o comentário que li outro dia, que afirmava que “quem não concorda com as atitudes do prefeito deve se candidatar, ganhar a eleição e administrar a cidade como quiser”, embora eu não concorde com nenhuma virgula dessa afirmação, resolvi exercitar a imaginação quanto à possibilidade.
A primeira coisa que faria seria afastar de mim toda a espécie de puxa-saco, aqueles que jogam sujo, ou que fazem qualquer coisa pra ter um cargo na administração pública, mesmo não tendo nunca se dedicado a estudar ou participar de qualquer atividade desenvolvida. Aqueles que sonham com o poder pelo poder.
Revisitaria meu conceito de honestidade e tentaria não esquecê-lo em momento algum.
Tentaria montar uma equipe de profissionais qualificados, conhecedores das áreas de atuação de cada secretaria, da realidade do município e, se possível, seriam do quadro próprio da prefeitura (indicados pelos colegas de trabalho, desde que sem conchavos). Colocaria essa equipe para montar seus times, estudar a legislação vigente e pesquisar em outras cidades do mundo projetos, ideias, coisinhas que já deram certo, afinal não é necessário reinventar a roda.

Criaria fóruns setoriais e regionais para que os moradores de cada região da cidade pudessem discutir e, junto com os funcionários da prefeitura, pensar em soluções de curto, médio e longo prazo para os problemas de cada canto da cidade. Afinal, eu seria a gestora de um dinheiro que é de todos para todos, nada mais justo que todos participarem das tomadas de decisões.
Junto com a equipe e com os cidadãos aprenderia como funciona o orçamento público e quais são as porcentagens destinadas para cada área. O pouquinho que sobra do orçamento para investimento decidiríamos juntos como e em que usá-lo.
Tentaria copiar, na cara dura, as ideias empregadas em Medellín, que levaram a cidade, em vinte anos, de capital do narcotráfico à mais inovadora do mundo. As escolas-bibliotecas, verdadeira obras de arte da arquitetura, que foram construídas dentro das favelas, oferecendo educação de qualidade, atraindo turistas e criando orgulho e pertencimento nos moradores do bairros pobres. O transporte público que além de inovador tem sua estrutura criada a partir de uma parceria com as universidades, que desenvolvem estudos para chegarem as melhores soluções para os habitantes. Tem escada rolante, teleférico, transporte convencional.
Tentaria criar e atrair grandes eventos. Feiras literárias, festivais de teatro, música e cinema, exposições, eventos esportivos e científicos. Festivais gastronômicos, para que as pessoas que saem de Curitiba para ir até a Lapa, sentissem vontade de dar uma paradinha por aqui.
Muitas audiências públicas, muitas conferências, muita participação da sociedade civil. Destrincharia com os funcionários o Plano de Educação, o de Cultura, o de Mobilidade, o Diretor. Pediria que todos juntos tentássemos criar uma cidade para pessoas e não para carros.
Criaria Conselhos em todas as áreas, dividindo também com a sociedade civil a responsabilidade pelas decisões.
Sentaria com os Sindicatos para juntos traçarmos uma solução para o Plano de Cargos e Carreiras, para os processos administrativos e para as punições cabíveis aos funcionários, que como em qualquer lugar, não se enquadram bem no exercício de suas funções.
Deixaria claro para cada cidadão que tudo é uma questão cultural e que tentaríamos juntos preservar nossas culturas boas e transformar nossas culturas ruins. Buscaria com os funcionários, através dos serviços públicos, fazer com que cada cidadão tivesse a certeza de que pertence, de que Araucária é sua e que o prefeito, ou a prefeita no caso, é só mais um.

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