E se tirarmos o bode da sala?

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Há alguns meses escrevi um texto em que disse que o atual prefeito, Olizandro José Ferreira (PMDB), não tentaria a reeleição. Agora, faltando pouco tempo para o início do período eleitoral, tenho ouvido mais gente falando sobre tal possibilidade. Até agora, porém, Olizandro não disse nem que vai e nem que não vai ser candidato. Logo, como não temos uma posição oficial, a especulação está liberada.

E ainda no campo das conjecturações, pergunto: e se Olizandro não for candidato? A questão é interessante porque, convenhamos, não há ninguém capaz de suceder o atual prefeito como candidato da máquina. Ninguém foi preparado para isso.

E sem um candidato da máquina, a disputa ganha novas bases. Isso porque, historicamente, as campanhas em Araucária, e de uma maneira geral no Brasil como um todo, sempre se deram com uma pessoa representando a situação e a outra oposição ao governo posto. Ao opositor cabia questionar o mandato do candidato da máquina e a este defendê-la. Assim, na hora do voto, essencialmente, o que o eleitor avaliava era se o governo era ruim ou bom. Se fosse ruim, dava o voto para oposição. Se fosse bom, mantinha a situação.

Viagem comigo. Em 1996, tínhamos como candidato da base Irineu Cantador e da oposição, Rizio Wachowicz. Deu Rizio. Em 2000, tínhamos Rizio e Albanor Zezé. Deu Zezé. Em 2004 tínhamos Zezé/Olizandro contra Hino Dirlei/Rosane. Deu Zezé/Olizandro. Como todos sabemos, Olizandro rompeu com Zezé dando início ao seu próprio grupo político. Já com essa nova disposição da política local, em 2008, Olizandro perdeu para Zezé. Em 2012, novo round dessa briga e Olizandro venceu Zezé.

Porém, agora em 2016, poderemos ter uma disputa sem que Zezé e Olizandro sejam os protagonistas. Uma disputa em que o governo em vigência não poderá ser questionado. Logo, sem o bode na sala, como se comportarão os candidatos e, o mais interessante, como se comportarão os eleitores?

Tal possibilidade é esplendida porque, como disse acima, uma disputa sem um representante do governo é como aquela história do bode no meio da sala. O bode aqui é Olizandro. Então, todos os problemas da cidade, como diminuição da arrecadação, cenário econômico nacional desfavorável, crise política, gastos excessivos com o funcionalismo, comodismo histórico dos araucarienses, Poder Legislativo pouco atuante, falta de uma política séria de arrecadação de tributos municipais, falta de qualidade na prestação do serviço público, assistencialismo exacerbado, entre outras coisas, parece ser culpa somente do Olizandro. Quando ele sai da disputa, quando o tiramos do meio da sala, não há mais bode, não há em quem botarmos a culpa.

Sem o bode no meio da sala, os candidatos a prefeito desta cidade terão que sair da posição favorável de se colocar simplesmente como alternativa ao bode para mostrar efetivamente como – diabos – eles vão resolver os problemas históricos desta pobre cidade rica. É só aí então que poderemos ver realmente quem tem projeto, cérebro, capacidade de liderar, vontade de fazer e quem, ao contrário, é só um grande engodo, uma farsa. Fiquemos atentos a este novo cenário. Isso, claro, se o bode Olizandro resolver mesmo sair do meio da sala.

Comentários são bem vindos em www.opopular.com.br. Até uma próxima!

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