Em reunião com sindicatos, PMA promete dar 8,29% de reajuste

Reunião com o Sindicato dos Professores aconteceu no final da tarde de quarta-feira e durou mais de três horas
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Encontro com o Sifar foi realizado ontem e se estendeu durante toda a manhã
Encontro com o Sifar foi realizado ontem e se estendeu durante toda a manhã

Reunião com o Sindicato dos Professores aconteceu no final da tarde de quarta-feira e durou mais de três horas
Reunião com o Sindicato dos Professores aconteceu no final da tarde de quarta-feira e durou mais de três horas

A quarta e quinta-feira des­ta semana, dias 27 e 28 de maio, foi de muita conversa entre representantes da Prefeitura e dos sindicatos que representam o funciona­lismo público municipal, Sifar e Sismmar. Nas reuniões foram discutidas, ponto a ponto, as reivindicações das entidades, principalmente no que diz respeito à recomposição salarial dos servidores, tradicionalmente paga agora no meio do ano.
Os encontros aconteceram a portas fechadas, no salão nobre da Prefeitura. Na oportunidade foram apresentados dados sobre a situação financeira do Município, principalmente no diz respeito à queda percentual de várias fontes de receitas municipais. Aos sindicatos, a Secretaria Municipal de Planejamento (SMPL) reafirmou que o cenário é preocupante, até por conta das perspectivas negativas com relação aos números da economia no estado e no país.

Apesar de ter pintado um cenário negro, a Prefeitura afirmou aos sindicatos que irá reajustar os vencimentos dos servidores no mesmo percentual da inflação acumulada até o final deste mês. Ou seja, algo em torno de 8,29%. Porém, não ficou acertado quando isso será feito. O compromisso assumido durante a reunião é que a Se­cretaria Municipal de Finanças (SMFI) irá se debruçar sobre a expectativa de arrecadação até o final do ano, bem como os impactos da folha de pagamento no orçamento do Município, para apresentar um cronograma aos sindicatos. Uma nova reunião para sacramentar quando e como se dará esse reajuste deve acontecer em 11 de junho.

Segundo uma das coordenadoras do Sismmar, Giovana Piletti, de um modo geral o encontro foi propositivo, com a Prefeitura se comprometendo com várias das demandas da categoria. No entanto, ela ressaltou que existe por parte do magistério uma grande desconfiança com relação à até que ponto esse comprometimento é verdadeiro e será de fato efetivado. Giovana acrescentou ainda que as respostas dadas pelo Município serão debatidas em assembleia marcada para ho­je, a partir das 15h30, em fren­te ao Paço Municipal. A plenária será feita conjuntamen­te com o Sifar, que também apresentará aos servidores do quadro geral aquilo que foi debatido com o governo.

Só no final do ano

Embora a Prefeitura tenha pedido até o dia 11 de junho para apresentar aos sindicatos a data em que os cofres municipais poderão suportar o reajuste nos salários dos servidores, uma coisa é certa: o pagamento não ocorre antes de setembro. Isso porque, como já se sabe, as despesas com o funcionalismo municipal alcançou 54,42% da receita corrente líquida no primeiro quadrimestre do ano. Com isso, até 30 de agosto, quando se fecha o segundo quadrimestre, a ordem é cortar o que for possível da folha de pagamento.

Segundo o que apurou nossa reportagem, o Município trabalha com o seguinte quadro: devolver o índice de gastos com a folha à casa dos 50% no segundo quadrimestre para ganhar um fôlego e poder pagar a primeira parcela do 13º salário em setembro. O reajuste deve ser dividido em duas parcelas, a serem pagas em novembro e dezembro. Para que tudo isso dê certo, no entanto, além de apertar o cinto, o Município precisa torcer por uma melhora da arrecadação, principalmente de ICMS e ISS. O problema é que o cenário global não dá indícios que isso vá acontecer.

Situação das finanças municipais é preocupante

Durante os encontros realizados esta semana com os sindicatos, a Secretaria Municipal de Planejamento (SMPL) apresentou números capazes de causar um infarto em qualquer gestor razoavelmente sensato. Isto porque, de uma maneira geral, o que se tem no Município hoje é um quadro de despesas com pessoal crescendo e já superiores aos limites previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e arrecadação caindo, quando analisadas percentualmente.

Os números apresentados pelo secretário de Planejamento, Márcio Souza Villela, mostram, por exemplo, que a produção industrial nacional caiu 5,9% no primeiro trimestre, o que é extremamente ruim para uma cidade essencialmente industrial como Araucária. O Fundo de Participação dos Municípios, por sua vez, vem apresentando uma retração de 11% quando comparado a 2014. Embora tradicionalmente os repasses do FPM cresçam ao longo do segundo semestre, o momento é delicado, já que a expectativa é que haja uma queda no PIB do país na ordem de 1,24%. Também preocupa a SMPL o fato de o viver um momento de queda de 10,4% na produção de derivados de petróleo, justamente o produto que move a economia da cidade.

Texto: Waldiclei Barboza / FOTOS: EVERSON SANTOS / CARLOS POLY / SMCS

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