Escola sem partido é violência contra o saber

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A escola deve ser local do debate plural de ideias. É direito dos estudantes terem acesso ao conhecimento produzido pela humanidade. É com este espírito que a professora Gabriela Viola trabalha com alunos do primeiro ano do Ensino Médio os teóricos da Sociologia, como Émile Durkheim, Karl Marx, Erving Gof­fman, entre outros autores previstos nas diretrizes curriculares.

Tudo seguia normal, até o momento em que os estudantes fi­zeram um trabalho sobre as ideias de Karl Marx, que abordaram na paródia do funk “baile de favela”. Postaram na internet e, em menos de 24 horas, o vídeo obteve mais de 150 mil visualizações e virou alvo de ataques por blogs e sites da direita.

Partidários da “Escola sem Partido” acusaram a professora do Colégio Estadual Profª Maria Gai Grendel, Caximba, em Curitiba de promover “doutrinação marxista”. Uma visão torta, pois Marx foi um dos pensadores estudados. O seguinte seria Max Weber.

A professora foi logo afastada pela direção da escola, que alegou exposição dos alunos e “difamação” da instituição. Em resposta, os estudantes organizaram um protesto no colégio, imprimiram cópias da letra da paródia e cantaram durante o intervalo.

A polêmica ganhou contornos nacionais devido à campanha que segmentos desenvolvem por uma escola acrítica, tecnicista. Uma escola partidarizada. Incentivar o patrulhamento ideológico de qualquer matiz é uma violência contra o saber, contra o desenvolvimento autônomo dos estudantes.

Sismmar – Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária.

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