Família de jovem desaparecida cobra avanço nas investigações

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Família de jovem desaparecida cobra avanço nas investigações
Quando desapareceu, Daniele tinha 20 anos. Foto: divulgação

 

O caso do desaparecimento de Daniele de Almeida Prade veio à tona novamente. Os pais da jovem informaram que tem novas pistas e estão pedindo providências à autoridade competente.

Para relembrar, Daniele desapareceu em 13 de fevereiro de 2014, depois de ter se desencontrado com a irmã durante um passeio. Ela foi vista pela irmã mais nova próximo ao local conhecido como “beco do Maranhão” e depois disso ninguém mais teve notícias da jovem.

De acordo com relatos, os pais de Daniele foram à igreja e as irmãs saíram. Elas teriam se encontrado com amigos e na ida a um bar Danielle acabou ficando para trás. Quando a irmã notou, esperou e voltou para aguardá-la na rua, momento em que a viu próximo ao “beco”, mas não conseguiu acompanhá-la e decidiu ir ao local que haviam combinado anteriormente, o bar Bakana, no centro da cidade.

Lá, a irmã continuou esperando por Danielle, mas ela não chegou.

Algumas horas depois, a mãe de Daniele recebeu uma ligação da filha. “Quando ela ligou, senti pela voz que estava estranha. Ela não dizia onde estava, apenas que havia se desencontrado da irmã. Então, o meu marido saiu procurá-la, mas não a encontrou mais”, contou.

Logo foi registrado Boletim de Ocorrência sobre o desaparecimento da jovem e as investigações começaram. Em 13 de fevereiro do mesmo ano, menos de um mês após Daniele ter desaparecido, a mãe da vítima relatou que recebeu uma ligação na madrugada de um número oculto em que era possível ouvir a voz da filha.

No mês seguinte, os pais receberam mensagem do celular de Daniele indicando que ele havia sido ligado, em notificação “Ligue Agora!”, junto a um telefonema do mesmo número. “Quando atendemos, só dava para ouvir a respiração de alguém. Mas a pessoa não falava nada”, afirmaram os pais.

Poucos meses depois, testemunhas teriam visto Daniele na Ilha dos Valadares, em Paranaguá. Policiais e a família foram até a cidade em busca da jovem, mas sem sucesso.

Seguindo as pistas que vi­nham surgindo, houve a informação em junho de 2015 de que Daniele havia sido estuprada e morta, e, ainda, que o corpo dela estaria em um cofre em uma antiga empresa de rações, no bairro Estação. O corpo não foi encontrado, mas foi localizada uma blusa com perfurações e marcas de sangue. “A peça foi levada para perícia no Instituto Médico Legal (IML). Foi comprovado que era sangue humano e fizemos os exames para que o teste fosse feito, a fim de saber se era realmente sangue da Daniele. Na época, nos informavam que o laudo sairia dentro de 45 a 50 dias, mas até hoje não tivemos resposta se o resultado foi positivo ou negativo. A empresa abandonada também foi incendiada cerca de uma semana após termos recebido aquela pista”, disseram os pais.

Para a família, um dos fatos que prejudica as investigações é a troca periódica de delegados e equipes na Delegacia de Polícia Civil de Araucária. “A cada troca o novo delegado não sabe do que se trata e quando começa a se inteirar do assunto, outro titular assume a função. Por isso, eles não conseguem dar continuidade às linhas e hipóteses. Hoje em dia acabamos fazendo a função da investigação por conta, mas infelizmente não temos como dar prosseguimento porque nos falta poder judicial”, declararam.

Os pais da vítima contaram que tiveram acesso a ligações gravadas de uma pessoa com envolvimento com drogas no Beco do Maranhão. “Essa pessoa fala que o corpo da Dani está em um terreno no beco. No entanto, precisamos de uma ordem judicial para escavar o local”, apontaram.

ESPERANÇA

Ainda que com as pistas e suspeitas do que pode ter acontecido com Daniele, os pais da moça têm esperança de ainda encontrarem a filha viva. “Enquanto não aparecer corpo, até que nos provem o contrário, temos fé que ela está viva”, comentaram os pais. A mãe da jovem acredita que a filha possa estar presa em algum lugar.

O pai disse que, se depender da família, o inquérito não será arquivado. “É a nossa filha. Quem sofre somos nós. Desde que ela desapareceu, nossas vidas viraram de ponta cabeça. Desenvolvi síndrome do pânico e outros transtornos, não tivemos mais paz”, contou.

Os pais seguem inconformados e desapontados pela falta de respostas do paradeiro da filha. “Se ela tivesse morrido por alguma doença, ou até acidente de carro, apesar de trágico, estaríamos conformados. Mas do jeito que está a situação até hoje, não sabemos nem o que pensar mais”, concluíram.

O QUE A DP DIZ

A equipe de investigação da delegacia comentou que o Ministério Público solicitou algumas diligências que serão cumpridas.

Ainda, a equipe informou que foi procurada nesta semana pelos pais da vítima, que informaram das novas pistas. Porém, pela complexidade do caso, até mesmo pelo tempo transcorrido, as investigações podem ficar comprometidas.

Publicado na edição 1162 – 09/05/2019

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