Foi mesmo uma boa ideia?

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O desejo dos araucarienses de ter um hospital com UTI era algo que se ouvia falar muito por estas bandas ao longo das décadas de 1990 e 2000.
Os mais prudentes, porém, sempre pontuaram se valeria mesmo a pena um Município como o nosso, a poucos minutos da Capital, investir na construção e manutenção de um hospital.

Cada um com suas teses, eis que entre 2005 e 2006 iniciou-se a construção do Hospital Municipal de Araucária, inaugurado em setembro de 2008. Hospital moderno, cento e poucos leitos, dezenas de UTIs, maternidade, pronto socorro e por aí vai. Era lindo!

Hoje, onze anos após sua inauguração, “volta e sempre” vemos a administração pública municipal se debruçando sobre a melhor forma de gerir o HMA. Vemos a Câmara tendo parte significativa de seu tempo tomada por tentar respostas para reclamações vindas da população com relação ao hospital e a população, sempre que pode, fazendo comparações que não podem ser feitas, como a qualidade hospitalar de Campo Largo e assim por diante.

Nas últimas semanas, por exemplo, o que não faltou foi problema sendo gerado pelo HMA: é troca no comando, comissão de inquérito sendo aberta, médicos reclamando que não receberam e assim por diante.

Todas estas situações devem nos devolver aos questionamentos iniciais sobre se ter construído o HMA foi mesmo uma boa ideia. Talvez valesse mais a pena ter investido num meio termo, construído uma maternidade para atender as mães araucarienses, com algumas UTIs neonatais, e melhorar nossas estruturas para tratar situações de fraturas consideradas mais simples. Com os recursos que a cidade economizaria poderíamos ter investido pesado na melhoria da qualidade do atendimento em nossa rede básica, que é a função primordial do Município na divisão dos serviços de saúde com Estado e União.

Vejamos que, em nosso entorno, não há grandes hospitais sendo geridos por prefeituras. Em Campo Largo, sempre lembrada, o grande Hospital do Rocio é um hospital particular que atende pelo SUS. Em Curitiba que é Curitiba, Capital do Estado, os hospitais referência têm, no máximo, convênios com o governo municipal e por aí vai.

Obviamente, não se está aqui defendendo um fechamento do HMA. Isso jamais acontecerá. Mas precisamos sim sentar e discutir seriamente como torná-lo eficiente, seja do ponto de vista clínico, administrativo, financeiro e de geração de estresse.

Boa leitura

Publicado na edição 1183 – 03/10/2019

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