Horário eleitoral gratuito e obrigatório

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O horário da propaganda eleitoral, veiculado pelas emissoras de rádio e televisão, sempre vem acompanhado de um volume enorme de reclamações. As emissoras alegam que perdem faturamento publicitário e audiência. Parte dos espectadores diz não ter interesse em acompanhar o que é divulgado no programa eleitoral. Tal comportamento merece uma avaliação da parte dos que buscam se informar de forma adequada como, certamente, é o caso do estimado leitor. Inegavelmente, boa parte da população prefere se municiar de “verdades” que lhe são servidas a granel pela grande mídia, com o uso de estratégias, tendências e interesses de condução da vontade. Muitos, também, formam seu juízo ao ouvir opiniões das ditas celebridades forjadas pelo interesse midiático. Porém, é necessário ouvir, assistir, ler e acompanhar as opiniões das fontes mais variadas possíveis para nos orientarmos neste mundo que muda tão rápido. Até dá para entender as reclamações dos que dizem diminuir o faturamento publicitário de suas emissoras, embora elas sejam efetivamente concessões de serviço público e poderiam investir mais na atração do interesse do eleitor, com a divulgação de notícias e a realização de debates. Já a repulsa do eleitor é de difícil compreensão, principalmente quando a reclamação é motivada pelo atraso no horário da novela e outras razões menores. A revolta quanto o reduzido compromisso com as causas populares, por parte dos políticos, deveria levar a um maior interesse e atenção no real conhecimento dos candidatos a cargos no executivo e no legislativo. É fato que os partidos têm pouca participação e interesse nas verdadeiras e prioritárias causas do povo, mas os protestos e as reclamações terão pouca eficácia se não votarmos com eficiência. O horário político é gratuito para que se diminua a influência do poder econômico na divulgação das ideias e projetos políticos. E é obrigatório para que o cidadão tenha a chance de conhecer os candidatos que pedem seu voto. Não é fácil filtrar e distinguir a mera proposta eleitoreira, separando-a da intenção concreta de construir um país melhor. Só a prática e a persistência é que ensinam. É preciso reconhecer a demagogia e evitá-la, confiando nosso voto a quem de fato quer melhorar a nação. Grande parte do que é necessário ao bom desempenho do eleitor está na avaliação das propostas dos políticos que disputam as eleições. É no horário da propaganda eleitoral que elas são apresentadas e é onde começamos a ver se o candidato pretende cumprir o que propõe.

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