JESUS, O ROSTO HUMANO DE DEUS.

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A vinda do Messias gerava em todo o povo de Israel uma enorme expectativa. Ela foi anunciada ao longo dos séculos, sobretudo, através dos profetas. Todos imaginavam um Messias poderoso, que viesse resgatar Israel, fazendo desse povo, assim como nos tempos de Davi, uma nação admirada e respeitada, acima de todas as outras nações da terra. Este era o sonho de todo israelita, assim como, do próprio João Batista, o precursor. João, o Batista, usava palavras duras, pesadas e até ameaçadoras, contra quem não estivesse preparado para receber o Messias. Ele também fora influenciado pelas expectativas em torno de alguém que viesse com espada na mão, para abater todos os que se opusessem, para restaurar plenamente o poderio de Israel.

Diante dessa situação, João que está na prisão, de certo modo se decepciona com Jesus, porque aquilo que ele ouve a seu respeito, não está de acordo com o que ele esperava. Envia então dois discípulos para que fossem ao encontro de Jesus, a fim de saber se ele era realmente o Messias esperado, ou viria outro. A resposta de Jesus não é uma teoria, mas as suas ações, os seus gestos, em prol da vida, ou seja, os surdos ouvem, os cegos veem, os coxos andam, os doentes são curados, os leprosos estão limpos, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciado o Reino de Deus. Nada de palavras bonitas, discursos bem elaborados, mas, simplesmente, atitudes concretas de um Deus cheio de amor em prol dos sofredores.

Seguindo o exemplo do Mestre, podemos afirmar que cristão não é aquele que fala de amor, mas, apresenta através da sua vida, obras de amor. Nem sempre aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade do Pai. E a vontade de Deus, diz Jesus, é que ninguém se perca, mas, todos possam viver, e viver em abundância. Mais do que falas bem elaboradas, bem articuladas, falam as obras, os gestos de amor destinados àqueles que sofrem de abandono, de pobreza, de solidão, de vazio interior.

O mundo atual está muito carente de gestos concretos de ternura e de acolhida e de solidariedade. De um amor gratuito e desinteressado. Há certos seres humanos que podem ser curados simplesmente por uma voz ou por uma refeição em comum. A vida de Jesus nos revela exatamente esta postura diante daqueles mais sofridos e excluídos da sociedade. Um profeta totalmente entregue a libertar homens e mulheres de tudo que bloqueia o crescimento da vida e impede a humanidade de viver com esperança. Um homem no qual Deus se encarna e se faz gente, plenamente humano, para salvar seus filhos e filhas do mal.

Há algo que não pode ser resolvido nem pela reforma mais profunda, nem pela revolução mais radical: o afeto que falta a tantas pessoas, a solidão, a crise do sentido da vida, o vazio interior, o desafeto e a desesperança que não poucos experimentam. O afeto a cada pessoa, a proximidade amistosa, o respeito e a escuta a cada ser humano, a acolhida e compreensão de cada vida, não podem ser garantidos, se não surgem de homens e mulheres animados pelo Espírito de Jesus.

Olhando para Jesus, aprendemos aquilo que é essência para o ser humano: ser acolhido, ser amado por aquilo que ele é independente de sua raça, cor, classe social ou sexo. Ele veio para libertar a todos, e quer que seus seguidores, continuem a sua missão, através de gestos e ações amorosas, capazes de curar e resgatar a vida dos pobres e mais necessitados.

Publicado na edição 1193 – 12/12/2019

JESUS, O ROSTO HUMANO DE DEUS.
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