Jesus venceu as tentações

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Jesus foi tentado pelo demônio durante quarenta dias, número simbólico, que representa toda a sua vida. Mas ele saiu vencedor, não permitindo que as forças do mal, que o demônio tivesse poder sobre ele. As forças do bem, da vida, foram mais fortes e vencedoras. Assim como ele, também nós somos tentados diariamente a cedermos aos desejos do mal, da ganância, do poder, do endeusamento das coisas deste mundo, dos milagres em profusão nos afastando das coisas do alto.

A primeira tentação à qual Jesus foi submetido se refere às coisas terrenas, ao desejo de possuir, de acumular, de ter os bens, em detrimento à palavra de Deus. O pão de cada dia é necessário, assim como a busca dos bens e de um conforto maior para nossas vidas. Mas isso não pode ser o centro, a razão de nossa existência, ‘pois não só de pão vive o homem, mas também da palavra de Deus’. O egoísmo afasta as pessoas de Deus e faz com que se voltem somente para o prazer em ter coisas, em valer muito mais pelo ter do que pelo ser. Esta tentação acompanhou toda a vida de Jesus, como acompanha também a vida de cada um de nós. Devemos ser fortes para não nos coisificarmos e valermos apenas pelo que temos, esquecendo e nos distanciando da palavra de Deus.

A outra tentação também é diabólica, ou seja, a sede desenfreada do poder. Mandar, ter domínio sobre os outros, exercer a força sobre os outros, manipular, obrigar a seguir o que queremos, sempre fascinou o ser humano. Jesus foi tentado a ter tudo em suas mãos, para dominar o universo e as pessoas. Ele não se submete a esta tentação demoníaca, pois não se pode adorar homens e pessoas, mas somente a Deus. Quantas pessoas se julgam poderosas e gostam de ser vistas como ‘deuses’, e colocam os outros sob o jugo do seu poder. Lembro-me de Júlio Cesar, imperador romano, quando estava no auge de suas conquistas, quase um deus, alguém teria dito: ‘nunca esqueças que és apenas um mortal’. É o perigo de nos colocarmos acima da nossa natureza humana, deixando Deus de lado, e adorando seres carnais.

Por fim, a tentação de usar Deus para fazer as minhas vontades, meus desejos, a fazer aquilo que queremos, e não aquilo que for da sua vontade. O demônio tenta Jesus, no alto do Pináculo, para que se lance lá de cima, na certeza de que os anjos virão ao seu encontro e não o deixarão cair por terra. É a tentação de fazer de Deus um milagreiro, buscar a religião dos milagres. Sabemos que a dor, o sofrimento, a doença e a morte, fazem parte da realidade humana, não há como negá-las. A vida tem seus fracassos, suas dores, suas perdas, e nem por isso Deus deixa de nos amar. São as provações normais que fazem parte da nossa condição humana. Muitos tentam a Deus, exigindo que cure seu filho, ou alguém próximo, como condição para acreditar nele e segui-lo. ‘Não tentarás o Senhor Deus’, diz Jesus, e então, o diabo se afasta, e voltará outras vezes. Mas em todas elas, Jesus será vencedor.

Assim como Jesus, as tentações fazem parte da nossa vida cotidiana. A oração torna-se um instrumento imprescindível para vencer o mal e os ataques diabólicos. A tentação do acúmulo das coisas, da busca desenfreada dos bens materiais, se vence com a partilha e abertura às necessidades dos irmãos; o desejo diabólico do poder como domínio, obrigação, manipulação, se vence com o serviço, como o próprio Jesus nos dá exemplo: ‘vim para servir e não para ser servido’; a busca de milagres para testar e provar a Deus, se vence, colocando a vida em suas mãos, pois, Ele é o Senhor da nossa vida e dele viemos e para ele voltaremos.

Publicado na edição 1153 – 07/03/2019

Jesus venceu as tentações

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