Manter o Prumo

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Já abordei aqui neste espaço a importância de distinguir o direito à legítima defesa, da prática de atrocidades. Defender a tese da “justiça com as próprias mãos” é negar toda a trajetória de evolução percorrida pela humanidade. Os tempos do olho por olho, dente por dente ficaram para trás com a modernização das sociedades e a justiça não pode ser encarada como vingança. Muito mais do que punição ao malfeitor, as penas aplicadas devem servir à proteção social através da redução que provocarão no ímpeto à prática de crimes. A certeza da punição desestimula a prática de crimes mais do que penas rigorosas em cadeias desumanas. Nesta linha é que tantos especialistas e autoridades abalizadas defendem a humanização das prisões. Por ser mais eficaz que o encarceramento, a reinserção adequada na vida social, com a cessação da prática delituosa, deve ser a meta almejada pela sociedade esclarecida. Retorno ao tema frente ao linchamento de uma dona-de-casa, pois bastou ser parecida com uma pessoa suspeita de sequestro para que a jovem mãe paulista fosse agredida até a morte. Não nos deixemos abalar por esta má notícia, pois os envolvidos no crime serão alcançados pelas penas da lei e lamentarão a atitude impensada, além do remorso que certamente já lhes atinge. O momento é tenso, mas precisamos manter o prumo para que tempos de maior calmaria tornem-se realidade. Acredito que à proximidade das eleições os ânimos estejam mais exaltados, em todos os sentidos. É impressionante, por exemplo, ver o número de ataques que os atuais governantes recebem diariamente na imprensa e na internet. Sem entrar no mérito se as críticas são ou não justas, tem-se a impressão de que a mudança seja inevitável dada a quase maciça reprovação que se observa nestes meios. Porém, qualquer resultado que as urnas tragam será aceito e absorvido pelas instituições brasileiras, pois a democracia é o regime que melhor permite o avanço social. Expressemos nossas opiniões, lembrando sempre da responsabilidade que nos cabe por elas, e estejamos preparados para respeitar a decisão da maioria que sairá das urnas neste ano de 2014. Respeitar a justiça emanada do Poder Judiciário e demais instituições, assim como o respeito ao resultado que as urnas manifestam, é dever do cidadão equilibrado.

Júlio Telesca Barbosa
Engenheiro Agrônomo

 

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