Lógica perversa!

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Em nossa última edição, na terça-feira, 8 de setembro, publicamos uma reportagem sobre um ex-assessor de vereador que está processando a Câmara de Vereadores de Araucária porque, segundo ele alega, no período em que estava nomeado, o vereador que era seu chefe, o fazia trabalhar sem horários de descanso, em situação análoga à escravidão.

A ação em si, e seu pedido, R$ 89 mil de indenização mais um salário vitalício, não fazem o menor sentido do ponto de vista trabalhista, e nem ético. Além do mais, ele poderia ter pedido para sair a qualquer momento. Mas quem vai dizer isso é a Justiça.

O interessante é que esta demanda traz à tona um pouco do lado B da Câmara, aquelas coisas que acontecem por debaixo dos panos, que ninguém tem coragem de admitir que existe e que não deveriam estar sendo feitas.

Em tese os vereadores têm como função institucional representar as pessoas que os elegeram executando apenas duas tarefas. Fazer leis e fiscalizar as ações do Executivo Municipal. Não é função deles levar cidadãos a hospitais na capital, à velórios em outros estados. Eles não deveriam dar remédios, ajudar a pagar contas de luz e água. Nem conseguir caminhões de terra, como fazem. Na reportagem o tal vereador, que era chefe do assessor, chega a admitir que o trabalho do comissionado não tem lá muito horário definido. Claro que não tem. Mas não têm porque eles ficam se ocupando com trabalho social, que não deveria ser necessário se tivéssemos uma cidade com políticas públicas eficazes e que fosse também capaz de promover socialmente seus cidadãos.

O triste é que um dos motivos de não termos essa cidade socialmente desenvolvida justamente porque temos políticos que preferem direcionar seu trabalho para o social, para o favorzinho em troca do voto de cabresto na próxima eleição ao invés de focarem nas benditas funções para os quais, na teoria, foram eleitos. Uma pena! Mas ano que vem tem eleições, pensemos nisso e boa leitura.

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