Matando a galinha!

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Matando a galinha!

 

A história recente do Município de Araucária nos ensina que muitos dos equipamentos públicos aqui existentes foram criados, primeiro, para atender a interesses políticos dos grupos que estavam no comando da cidade e, só depois, o legítimo interesse público.

Particularmente considero o símbolo máximo dessa desvirtuação do interesse público a Companhia Municipal de Transporte Coletivo (CMTC), que outrora já se chamou CATU (Companhia Araucariense de Transporte Urbano), deu origem à EMUDAR (Empresa Municipal de Urbanização, Habitação e Desenvolvimento Sustentado de Araucária), a qual posteriormente se desdobrou em duas: COHAB e a própria CMTC. Uma deveria cuidar da política habitacional da cidade e a outra do transporte coletivo. A primeira sempre fez um trabalho medíocre, já a segunda até gerenciou o TRIAR com algum sucesso, mas fez isso a um custo absurdo.

Ora, prezados leitores, é só quando paramos para analisar essas siglas, as leis que criaram essas companhias, a estrutura de cargos a elas disponibilizada e as histórias mal contadas que nas quais esses órgãos se envolveram é que passamos a ter uma leve noção de que o interesse público nunca esteve na gênese desses setores.

E é justamente em razão de não ter sido, em minha opinião, o interesse público que moveu a criação da CMTC que é preciso ver com bons olhos a notícia de sua extinção. Não é justo que o contribuinte araucariense, aquele que pega o triarzão lotado nas primeiras horas da manhã, seja obrigado a continuar mantendo um órgão concebido para criar cargos de livre nomeação de alto escalão, acomodar empresários amigos e enriquecer uma minoria.

Acredito piamente que extinguir a CMTC é colocar uma pá de cal numa história muito nebulosa de nossa cidade e o prefeito que está tendo a coragem de fazer isso merecerá a gratidão eterna do povo araucariense. Talvez, obviamente, a atualidade não reconheça a importância para a moralidade pública de se fechar um órgão perdulário como essa companhia, mas – com certeza – a história saberá celebrar, num futuro não muito distante, a importância desse ato.

Ter a coragem de fechar a CMTC, matando com isso a galinha dos ovos de ouro de uma minoria, é – tendo em vista o descrédito da classe política brasileira – quase uma demonstração de desapego às facilidades que o poder de conduzir uma cidade pode proporcionar e só por isso tal decisão deve ser comemorada – e muito!

Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br. Até uma próxima!

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