Araucária perdeu no sábado, 25 de abril, Said Traya. Funcionário da Prefeitura desde 1992, ele trabalhava atualmente na Assistência Judiciária do Município, que oferece atendimento jurídico a famílias carentes da cidade.
Said estava internado há mais de uma semana no Hospital Nossa Senhora do Rocio, em Campo Largo. Segundo informações de seus familiares, ele havia se submetido a uma cirurgia bariátrica, já em casa houve complicações no pós-operatória e ele foi levado às pressas para a Casa de Saúde. O quadro dele se complicou e ele teve que ser induzido ao coma pelos médicos. Sua situação evoluiu para uma infecção generalizada e ele veio a óbito na tarde do último sábado.
Com mais de vinte anos de serviços prestados à Prefeitura e pertencente à comunidade árabe do Município, Said era tido por seus amigos e colegas de trabalho como alguém muito bondoso, com um desejo enorme de ajudar as pessoas. Seus familiares também o definiam como um exímio contador de histórias. “Uma das coisas que aprendi com o Saidão, é a importância de saber contar uma história. Tudo que podia ser legal estava relacionado ao Said. Além disso, ele tinha verdadeiro prazer em dedicar tempo às crianças da família. Ele conseguia operar na mesma frequência que nós, mesmo sendo adulto. Ele era especial”, comentou um de seus sobrinhos, Hassan Mahmoud.
Por uma rede social, o advogado Michel Saliba, que conviveu com Said, o definiu da seguinte maneira: “eu e Said convivemos diuturnamente na melhor época das nossas vidas, a infância e a adolescência. Na vida adulta nunca perdemos o contato, foi meu vizinho por um longo período, e mesmo depois, com a distância entre Brasília e a nossa terra natal, continuávamos nos comunicando com frequência. Eu o resumo em um adjetivo: bondade! Said era um cara bom! De muito bom coração, boa praça, bom filho, bom irmão, bom amigo. Um cara de bem com a vida! Um irmão muito amado, o tio preferido de todos os seus sobrinhos. Uma pessoa de educação ímpar! Um gentleman! Conquistador incorrigível, orgulhou a nossa raça árabe com as suas incontáveis namoradas, sempre com as melhores histórias. Tinha um outro lado extremamente engraçado e quando nos encontrávamos passávamos horas lembrando das histórias protagonizadas por ele. Eu lembro sempre e dou risada sozinho, será a melhor forma de não me afastar dele e de sua amizade, pois sempre estará nos meus pensamentos”.
Texto: Waldiclei Barboza / FOTO: DIVULGAÇÃO
