O um alqueire de terra comprado pela Companhia de Desenvolvimento do Município de Araucária (Codar) por R$ 1,8 milhão segue dando pano pra manga. O terreno está localizado às margens as margens da PR-423, que liga Araucária a Campo Largo, na localidade de Taquarova, bem ao lado da empresa Fertilize. Esta semana, por exemplo, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público confirmou que abriu um procedimento para apurar possíveis irregularidades na aquisição da área.
A compra da área anda causando certa estranheza, pois – até onde se sabia – não havia nos planos da Companhia projeto prevendo a aquisição. Inclusive, na Lei Orçamentária Anual para este ano, aprovada no final de 2015, não existe qualquer previsão de reserva de recursos para este fim e nem menção de projeto a ser executado em imóvel a ser adquirido futuramente.
Conforme apurou nossa reportagem, o promotor de justiça João Carlos Negrão já teria solicitado à Codar cópia de todo processo administrativo que embasou a compra. O Ministério Público quer saber, entre outras coisas, o que motivou a escolha justamente daquele terreno, bem como ter acesso as avaliações imobiliárias que serviram de base à composição do preço e se o valor pago está dentro do praticado pelo mercado.
Paralelamente a isso, a Câmara de Vereadores também decidiu apurar a situação. Na semana passada mesmo, dois diretores da Companhia, Marco Antonio Ozório e Fernanda Karas, estiveram na sala da presidência da Casa prestando alguns esclarecimentos.
Na oportunidade, os edis ouviram dos diretores que a área foi adquirida com o dinheiro oriundo da venda de uma série de terrenos que pertenciam a Codar, isto ainda no ano passado. Eles disseram ainda que, como o recurso era oriundo da venda de imóveis, ele só poderia ser utilizado na compra de outro imóvel cuja finalidade fosse o estímulo ao desenvolvimento industrial da cidade. Eles mantiveram ainda a informação de que no local recém-adquirido, o órgão pretende implantar uma incubadora de empresas nos mesmos moldes daquela instalada em frente à Pontifícia Universidade Católica (PUC), em Curitiba.
Rua projetada
Embora a Codar afirme que tenha feito um bom negócio ao adquirir o terreno, esta semana circulou pela Prefeitura uma informação de que parte da área útil do local estaria comprometida, já que haveria a previsão de uma rua projetada bem no meio do imóvel. Se isso for mesmo verdade, a companhia pode ter comprado gato por lebre.
Texto: Waldiclei Barboza / FOTO:DIVULGAÇÃO / REPRODUÇÃO