Muito trabalho, pouco glamour!

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No próximo domingo, 4 de outubro, é dia de eleição para escolha dos novos integrantes do Conselho Tutelar da cidade. São quinze os candidatos e tenho me impressionado com a “sem noçãozisse” de alguns deles. Sujeitos completamente despreparados para o exercício de uma função tão delicada.

Alguns que me abordaram pedindo voto parecem sequer conhecer o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que deveria ser a Bíblia, o livro de cabeceira de uma pessoa que se dispõe a pleitear um cargo de conselheiro tutelar. Impressiono-me, aliás, como – caramba! – esses indivíduos chegaram a essa etapa do processo seletivo para escolha dos conselheiros e, admito, tenho medo de que algum desses despreparados consiga votos suficientes para assumir uma das cinco vagas em disputa.

Penso que o exercício da função de conselheiro tutelar, além daquelas exigências concretas previstas na legislação brasileira, carece ainda de um nível de sensibilidade e de compromisso com a causa da criança e do adolescente que fazem do mandato, mais do que um trabalho, uma missão quase que divina.

Ao contrário do que algumas pessoas pensam ao pleitear uma candidatura de conselheiro tutelar, não há glamour na função. Não há espaço para vaidades. Não há tempo para briguinhas egoístas. Não há folga para fazer politicagem barata para esse ou aquele vereador, prefeito, ou sei lá quem que o ajudou a chegar ao Conselho. Toda vez que um conselheiro perde seu tempo com alguma destas baboseiras uma criança e/ou adolescente têm seus direitos violados pelo pai, pela mãe, pelo avô, pelo irmão, pelo vizinho, ou sei lá quem. E, acreditem, sem querer parecer alarmista, a atuação correta e no momento certo do conselheiro tutelar pode ser a diferença entre a vida e a morte desses pequenos.

Por tudo isso, mais do que qualquer coisa, este texto é um apelo aos candidatos a conselheiros que não têm a mínima aptidão às causas da infância e juventude, mas que insistem em se manter no pleito, seja por questões politiqueiras ou salariais, acreditem: não vale a pena continuar na disputa se você não está disposto a trabalhar muito, mas muito mesmo. Não vale pena seguir concorrendo se você não tem estômago para ver os mais variados tipos de violência contra a criança e o adolescente.

Do mesmo modo, se você não está na disputa, mas é eleitor, pense bem antes de sair de casa para votar no próximo domingo, pois se o seu candidato é um desses sem noção alguma das funções de um conselheiro tutelar, tu será também culpado pelas merdas que ele irá fazer enquanto estiver conselheiro. Só que em se tratando de merdas feitas por conselheiros tutelares, elas podem, sem exagero algum, acabar com o futuro de uma criança. Ou seja, o sujeito que vota num conselheiro tutelar despreparado, mau caráter, pode acabar com sangue inocente nas mãos.

Boa semana a todos e comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br!

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