Não é o momento

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Recentemente, vimos a presidente Dilma Rousseff reconhecer a um grande veículo de comunicação do país que a crise pela qual passa o Brasil é mais séria do que se inicialmente imaginou. Seus críticos dirão que ela demorou muito para afirmar o óbvio, mas não isso não importa para a construção deste texto.

O que importa para a construção deste texto é o modo com que as autoridades municipais estão lidando com os reflexos em Araucária, da crise pela qual passa o país. Embora sejamos, quando comparados a outros municípios, favorecidos economicamente, estamos perdendo a oportunidade de utilizar essa gordura extra em ações públicas voltadas para o desenvolvimento da terra dos pinheirais.

Mais do que isso, além de não estarmos fazendo muita coisa para nos prepararmos para os efeitos mais perversos da crise, que ainda cruzou o lado de cá do Rio Barigui, gastamos energia justamente no sentido contrário.

Talvez ainda não tenha chegado aos ouvidos do grande público, mas desde dezembro há nos bastidores da política local uma trama encabeçada por alguns vereadores com o intuito de reajustar os salários de vossas excelências. O plano é articulado em dois momentos: o primeiro seria recompor os subsídios dos onze integrantes do Legislativo, pagando-lhes a inflação acumulada nos últimos 36 meses já a partir deste ano. Só isso lhes renderia algo em torno de 20% de reajuste aos seus salários de R$ 6 mil mensais atualmente. Vencida esta etapa do plano, se iniciaria a segunda, que consiste em aumentar os subsídios dos edis a partir de janeiro do ano que vem para, muito possivelmente o teto do que permite a legislação federal, ou seja, 50% dos vencimentos de um deputado estadual. Resumindo, poderemos ter a partir do ano que vem nossos vereadores recebendo R$ 12,5 mil mensalmente. Um absurdo, considerando o momento atual pelo qual passa o Brasil!

Em certa ocasião, neste mesmo espaço, disse considerar positivo que os edis tivessem seus vencimentos majorados ao máximo permitido por lei. No entanto, ressaltei, isso careceria de uma reestruturação dos gabinetes dos vereadores, que hoje têm à sua disposição assessores de mais, ganhando muito. Só relembro deste fato para que não digam que mudei de opinião. Continuo a pensar da mesma maneira. Entendo que a função do parlamentar é essencial para nossa democracia e que ela precisa ser bem remunerada. No entanto, em tempos de dificuldade não é correto que justamente os representantes do cidadão queiram bonança enquanto aqueles que eles representam não conseguem muitas vezes suprir suas necessidades básicas de subsistência.

Dito isto, fica minha torcida para que a maioria dos vereadores não se deixe levar pela proposta de uma minoria de edis, que se fingem de povo, mas que do cidadão comum querem só o voto e nada mais!
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