Não nos damos ao respeito

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Não só em Araucária, mas no Brasil como um todo presenciamos um fenômeno, a meu ver, no mínimo, perigoso. Perdemos o respeito por nossas autoridades. Foi-se o tempo em que tratávamos com aquela educação que gostaríamos de ser tratados nossos governantes.

Chamamos com uma naturalidade perigosa a nossa presidente de mentirosa, nosso governador de ladrão, nosso prefeito de incompetente. Mandamos à merda nossos senadores, deputados e vereadores como se estivéssemos desejando-lhes bom dia.

Desconfiamos de tudo aquilo que essas figuras públicas dizem e ainda achamos graça. Exigimos que eles assumam compromissos e quando o fazem simplesmente temos a certeza de que eles estão mentindo. E, o pior desse processo de descrédito dessas excelências é que continuamos os elegendo na eleição seguinte, numa espécie de sadomasoquismo social. Gostamos de sofrer, de ter um político para falar mal.

Por outra banda, me espanta também o fato de os políticos não se rebelarem contra o escárnio público a que são submetidos todos os dias. Impressiona-me a desfaçatez com que eles convivem com isso. Ouço, inclusive, alguns dizerem que conviver com essas ofensas faz parte do jogo, numa admissão de culpa irritante. Ora, faz parte do jogo uma ova!

A pessoa que aceita ser chamado de mentiroso, corrupto, safado, incompetente, para não dizer coisa pior, e simplesmente não reage não tem vergonha na cara. É, reagir, nesse caso, não é querer processar ou algo assim aquele que ofende. Muito pelo contrário. Reagir seria mudar a própria atitude. Do mesmo modo, o cidadão que se contenta em transformar o político em alvo de gozações como se assim estivesse se vingando é outro babaca, bitolado.

Precisamos, sociedade e classe política, rever a importância que damos para o viver com dignidade. Afinal, não é digno para o cidadão viver num país, estado, município em que a corrupção é interpretada como normal. Assim como é inaceitável que um vereador, um prefeito, um governador, um deputado, um senador e um presidente não sintam vergonha de olhar para seus filhos e saber que eles serão constrangidos na rua simplesmente pelo fato de terem um político como pai ou mãe. Uma figura que, infelizmente, aos olhos da coletividade está se tornando, cada vez mais, sinônimo de coisa ruim.

Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br. Até uma próxima.

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