Não se esqueçam: o homem público não se pertence

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

“O homem público não se pertence. Não tem direito de guardar pra si um caso que afeta a vida dele. É a razão pela qual tenho sido transparente em relação ao meu caso. Essa transparência tem me ajudado, me faz encarar com realismo.”

O ensinamento acima foi dado em 2009, pelo então vice-presidente da República, José Alencar, que faleceu posteriormente vítima de um câncer. Não é a primeira vez que o utilizo em meus textos. Vivo a repeti-lo porque o considero um mantra que deveria ser repetido e praticado por todos os políticos brasileiros, aqueles com cargos e também aqueles que deixam claro que almejam um. Ainda mais em ano de eleição.

Em Araucária, por exemplo, não raramente me deparo com certos políticos que pensam não dever satisfação à comunidade. Dia desses mesmo, entrei em contato com o empresário Hissam Hussein Dehaini (PPS) para questioná-lo sobre uma questão que afeta a sua pré-candidatura a prefeito. Educado, porém, equivocado, ele disse que não queria conversa com O Popular do Paraná. Pediu, inclusive, que me abstivesse de entrar em contato com ele, pois estaríamos invariavelmente o atacando. Acrescentou que, comigo, pessoa física, ele até conversaria, continuaríamos amigos, essas coisas, mas com a imprensa a qual represento, não.

Ora, com todo respeito que tenho a pessoa Hissam, particularmente, não o tenho em meu círculo de amigos e nem tenho muito interesse em tê-lo. Disse a ele que o queria enquanto fonte, personagem de minhas matérias. E isso ainda porque ele é atualmente um político. Só isso. A vida particular de Hissam não dá matéria, deve ser até meio sacuda, sem graça. Porém, o político Hissam, este sim é de interesse público. E aí entra o ensinamento de José Alencar: o homem público não se pertence. Ao se negar a falar com a imprensa local, Hissam se nega a falar com a comunidade araucariense. Do mesmo modo, Hissam mente ao dizer que a imprensa local o persegue. Ao longo dos últimos anos, por exemplo, só me lembro de uma matéria veiculada por aqui que tenha tido o empresário como objeto. Eu a escrevi em agosto de 2015 e diz respeito ao fato dele ter virado réu dias antes numa ação por lavagem de dinheiro, sendo que a acusação foi feita pelo Gaeco, braço do Ministério Público que investiga o crime organizado. Tanto é verdade a denúncia que Hissam em nenhum momento a questionou. Se estivéssemos mentindo, ele poderia ter facilmente buscado guarida no Poder Judiciário para reestabelecer eventual equívoco, o que não fez. E não o fez porque não havia inverdades naquela matéria!

Então, convenhamos, é balela da brava esta história de que a imprensa local persegue Hissam. Daqui até as eleições e, eventualmente, nos próximos anos, tanto o empresário como outros nomes que se proponham em declarar publicamente que são pré-candidatos precisam se acostumar ao fato de não se pertencerem, de terem que dar satisfação à comunidade, o que, numa democracia, invariavelmente se dá por meio de órgãos de comunicação. Agora, se não estiverem dispostos a isto, que fiquem de boa em casa, cuidando somente de suas vidinhas particulares. #Ficaadica!

Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br. Até uma próxima!

Compartilhar
PUBLICIDADE