Ninguém liga pra Educação!

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Acompanhando a greve dos professores estaduais, que já dura mais de trinta dias, tive a prova cabal daquilo que suspeitava: ninguém liga o quanto devia para a Educação. Nem o Governo do Estado, nem os profissionais da Educação, muito menos a população.

Particularmente até entendo o posicionamento de Governo e profissionais dos colégios estaduais, pois ali a briga é por salário, por interesses próprios. E quando o assunto envolve o vil metal, salve-se quem puder.

O que me irrita, porém, é o posicionamento da população, em especial dos pais dos milhares de alunos que estão tendo o direito de estudar ceifados por esta greve. Ora, salvo algumas parcas manifestações aqui outras acolá, as pessoas estão lidando com uma naturalidade irritante esta situação.

A grande maioria das famílias está com sua rotina praticamente inalterada por conta desta greve. Os pais vão trabalhar e simplesmente deixam seus filhos assistindo televisão ou na rua fazendo sabe-se lá o quê e dane-se o ano letivo. Até porque, como os estudantes da rede estadual de ensino já são maiorzinhos, eles sabem “se virar”.

Isso prova como a grande maioria de pais não dá a devida importância para os estudos de seus filhos. Se essas famílias tivessem consciência de que o ano letivo de 2015 já está perdido, que o prejuízo para o futuro desses alunos é irreparável, que essa geração de estudantes, salvo algumas exceções, jamais poderá competir de igual para igual com aqueles jovens que não tiveram as aulas interrompidas, talvez a paciência com o Governo e os grevistas já teria acabado.

Triste também é a forçosa necessidade de se constatar que a população dá mais importância para serviços públicos que, quando comparados com a Educação, são bem menos importantes. Recentemente, por exemplo, por conta do final da integração no transporte coletivo, vimos senhoras e senhores de algumas décadas de vida, quebrando ônibus, xingando Deus e o mundo, exigindo a retomada da passagem única. Temeroso, o Governo recuou e deu um jeito de resolver o problema. Agora, no caso da greve, nem um pio.

Mesma reação, aposto, veríamos se outros serviços públicos sofressem interrupção, como a coleta de lixo, a energia elétrica, a água. Situações assim despertariam a indignação e a revolta da população, mas a Educação não. Ninguém liga pra ela. E, infelizmente, é por conta disso que continuamos sendo um país, um estado, um município, que não se desenvolve na velocidade que poderia. Uma pena!

Boa semana a todos e até uma próxima! Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br

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