O BEM E O MAL

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Jesus era um profundo conhecedor do ser humano. As pessoas que estudam o seu comportamento ficam fascinadas com o modo que ele conduzia a sua vida pessoal e o seu mundo de relações. Ele conhecia a cada um a partir de dentro, observando suas atitudes que se revelavam através dos seus gestos e de suas ações. E, como conhecedor da alma humana, ele constatava que não existe ninguém perfeito, totalmente guiado pelo espírito do bem e da vida. Em cada um flui um duplo desejo, quase que ao mesmo tempo, do bem e do mal. E ele explicava esse movimento interior, através da parábola do joio e do trigo. Essa terra onde crescem estas sementes é o coração humano. E assim será até o dia da morte, ou seja, da colheita final. Não é possível arrancar o joio para que cresça somente o trigo, pois o bem e o mal perduram no coração humano ao longo de toda sua vida. Mas, então, é possível que um deles predomine sobre o outro, ou ambos caminham em igualdade de força, como se fossemos determinados, sem a liberdade de escolha?

A vida do ser humano é conduzida a partir das suas escolhas diárias. No fundo, a cada segundo nós decidimos o que vamos fazer, se vamos para um lado ou para o outro, se agimos de modo altruísta ou individualista, se optamos em fazer o mal ou o bem, se somos guiados pela vida ou pela morte. Mas, mesmo que nossa opção seja pela vida, com certeza, teremos momentos em que a morte vai se sobressair. É a dinâmica antropológica que move a cada um, mesmo quando se decide pelo bem. São Paulo definia assim essa luta interior: ‘muitas vezes faço o mal que não quero, e deixo de fazer o bem que gostaria de fazer’. Naturalmente, essa dialética, esse movimento paradoxal, define quem é o ser humano. E assim será ao longo de toda a sua vida. Mas isso não é razão para justificar os atos errados, como se não existisse nada que pudesse impedir o mal praticado.

Mesmo que, por momentos, sejamos mais inclinados ao mal, é preciso, de acordo com o projeto apresentado por Jesus, alimentar o bem. O mal parece ser muito mais fácil de ser realizado, é a porta larga, em oposição à porta estreita. As ocasiões surgem assim de repente, como se o espírito diabólico estivesse nos conduzindo. No entanto, o bem, mesmo que mais exigente, é o que realmente realiza e dignifica o ser humano. Mas é uma escolha, por vezes dolorosa, sobretudo, diante de injustiças ou injúrias, de maldades e destruições. Escolher o bem é uma decisão diária, que provém do interior, que precisa ser alimentada com idéias, sentimentos e ações positivas. Isso determina o caráter da pessoa, a sua retidão, a sua postura de vida, mesmo que, em alguns momentos ela possa não agir de acordo com essa orientação.

Como seguidores de Jesus, somos impulsionados a aderirmos o caminho do bem, a fazer aos outros, o que gostaríamos que fizessem a nós. Os valores apresentados por Jesus são todos direcionados em prol da realização do outro. Ele nos ensinou o caminho, através das suas palavras, gestos e ações. Ele foi plenamente do bem e o pecado nele não teve poder. Nós, como pecadores, nem sempre agimos movidos pelo sentimento que quer apenas a felicidade do outro. Tantas vezes nos alegramos com a sua desgraça ou destruição. Mostra o quanto somos joio ainda. Mas é possível mudar, e, decidir em conduzir a vida de acordo com o bem. Todos os dias podemos ser um pouco melhores. A deixarmos para trás hábitos negativos e destruidores. A luta entre o bem e o mal existirá até o último momento da nossa vida. Comece hoje mesmo a direcionar a sua existência agindo em prol do bem e da felicidade do outro.

Publicado na edição 1221 – 16/07/2020

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