O caos se avizinha

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Acabou a greve dos servidores. Será? A paralisação sim. O problema que causou tudo isso, não. Neste caso em específico, a greve começou sem a menor chance de terminar bem para os servidores, para a administração e, muito menos, para o cidadão comum, que precisa dos serviços públicos funcionando adequadamente. Tanto sindicato, quanto administração sabiam disso, e mesmo assim foram para o embate. Ao final, cansados, os grevistas tiveram que se contentar com a promessa de que a adminis­tração irá sentar para conversar e que não irá descontar os dias parados. De ganho palpável, não tiveram nada.

Do outro lado, a administração também saiu perdendo. O cidadão comum, que precisa da creche para deixar seu filho pequeno, para poder ir trabalhar, não ficou nada contente com a situação. Mesma coisa com ou­tros setores da educação, saúde e por aí vai.

E o que é mais grave de tudo isso é que o problema não só parece não ter solução, como tende a piorar com o passar do tempo. A estrutura de ganho dos servidores, estabelecida pelo tal do PCCV (Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos), dá direito a avanços que ocorrem a cada três anos e outros a cada cinco anos. Também permite aumento de salário por avanços diagonais, concedidos para aquele servidor que melhorar sua qualificação, que fizer graduação, pós ou especialização. São mecanismos que foram criados para valorizar a carreira dos servidores. Até aí tudo bem.

A dificuldade está na velocidade com que esses benefícios fazem com que a folha de pagamento cresça com o passar do tempo, o tal do crescimento ve­getativo, que é maior do que a taxa de crescimento da receita que, por sua vez, está caindo. Hoje, mesmo que a prefeitura tivesse dinheiro em caixa, o que não é o caso, não poderia conceder vários dos pedidos dos sindicatos, pois está com índice de gastos com pessoal acima do permitido por lei.

Se, caro leitor, você acha que a situação financeira do município está ruim hoje, talvez seja melhor aguardar um pouco para formar essa opinião. Se tudo continuar do jeito que está, talvez seja melhor que nos preparemos para o caos. Pense nisso e boa leitura.

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