O céu se abriu

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Logo após o batismo, feito por João, enquanto Jesus estava orando, desce sobre ele o Espirito Santo, em forma de pomba, e o céu se abriu. E do meio das nuvens, uma voz que proclama: ‘este é o meu Filho amado em quem coloco toda a minha complacência, Escutai-o’. E a partir deste momento, Jesus começa a sua missão, a anunciar a boa nova do Reino, percorrendo vilas e cidades. O profeta enviado por Deus vai revelando, através de palavras, gestos e ações, o verdadeiro rosto de Deus. Ele tinha mais ou menos 30 anos, quando foi batizado, por João Batista, nas águas do rio Jordão.

A expressão, ‘o céu se abriu’, apresenta um Deus que não está mais distante, mas veio habitar entre nós. Para os judeus, o Messias esperado ainda não chegou. Para os muçulmanos, Deus é simplesmente inacessível, e é preciso abaixar a cabeça, em sinal de profundo respeito e reverência. O Deus dos cristãos, pelo contrário, desce até a terra, arma sua tenda entre nós, e vem morar em nosso meio. Este é o grande mistério da encarnação, do Deus que se faz gente. Jesus é a humanização de Deus, que vai revelando o verdadeiro rosto do seu Pai. Que grande mistério e que estupenda prova de amor para com a humanidade!

Caminhando pelas ruas de Nazaré, ao longo do mar da Galileia, nas redondezas de Cafarnaum, ele vai apresentando ao mundo, o Reino de Deus. Tudo o que ele faz e tudo o que ele fala e todos os seus gestos, são a verdadeira expressão do próprio Deus. E que imagem maravilhosa que Jesus nos apresenta do seu Pai: um Pai, profundamente misericordioso, que quer a salvação de todos. Vai ao encontro dos pobres, dos humildes, dos pecadores, dos fracos, dos abandonados e excluídos da sua sociedade. Almoça com os pecadores, atitude que escandaliza profundamente os fariseus, que se julgavam puros e perfeitos. Quanta hipocrisia no coração daqueles homens! Jesus os desmarcara, chamando-os de sepulcros caiados, bonitos por fora, mas podres por dentro. Ele cura os doentes, os leprosos, excluídos totalmente da sociedade. Novamente, escândalo para os puritanos, para os legalistas, defensores implacáveis do sábado, mas incapazes de amar os irmãos.

Toda a ação de Jesus, após o seu batismo, depois que os céus se abrem, é de amor aos mais carentes e abandonados da sua sociedade. Através de Jesus, Deus vai mostrando o seu verdadeiro rosto. Não um rosto rude, mal humorado, rancoroso, vingativo, mas sim, terno, humano e cheio de misericórdia. Precisamos redescobrir o verdadeiro Deus, o Deus de Jesus, que geralmente passa a largo, distante das pessoas. Quantos continuam pregando um Deus do medo, da culpa, da ameaça. Que absurdo! Na verdade, pregam o Deus de suas neuroses, das suas doenças, dos seus problemas emocionais.

O batismo de Jesus vem para renovar o nosso próprio batismo. No dia do nosso batismo, os céus também se abriram, e começava para nós uma vida nova. Batizados, somos filhos de Deus, membros de uma comunidade, chamados a revelarmos através de nossas palavras, nossos gestos e ações, o verdadeiro rosto de Deus. Quantas pessoas batizadas, mas que nunca viveram o seu batismo! O batismo foi apenas um rito, que não levou a um compromisso, a uma mudança de vida. Renovar o nosso batismo, e deixar-se impregnar pelo Espirito de Jesus, é moldar a nossa vida, a partir do seu jeito de ser, de viver, de expressar o amor aos irmãos.

Deixemos o céu se abrir e o Espirito Santo descer sobre nós, renovar a nossa vida, para sermos sinais de amor, de esperança, construtores do Reino de Deus.

Publicado na edição 1145 – 10/01/18

O céu se abriu

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