O “ipva” do tempo das carroças

Carroças na Praça Dr Vicente Machado em dia de eleição, 1947
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O “ipva” do tempo das carroças
Carroças na Praça Dr Vicente Machado em dia de eleição, 1947

 

As carroças foram criadas há milênios para facilitar o transporte de cargas e pessoas, e sua história se mistura à da invenção da roda. Os primeiros registros de seu uso na Antiguidade foram encontrados em gravuras dos sumérios, na Mesopotâmia, feitas por volta de 3000 a.C.. Gregos e romanos promoviam até corridas de bigas (tipos de carroças com duas rodas). Na Idade Média surgiram as carruagens, tipos mais sofisticados de carroças utilizadas para transportar a nobreza, algumas até forjadas com ouro. Nobres e pobres se utilizavam de veículos movidos a tração animal até a invenção dos primeiros veículos movidos a vapor, após a Revolução Industrial, já no século XIX.

No Brasil ainda na época colonial os portugueses introduziram os carros de boi para transporte nas lavouras de cana-de-açúcar, e no século XIX os imigrantes europeus trouxeram algumas novidades para a época como o arado e a carroça, ambos tracionados por força equina. Os “carroções” dos poloneses, como eram chamados, tinham até armação com toldos para proteger do sol e da chuva.

As carroças no Brasil se tornaram tão abundantes que na primeira metade do século XX foram criadas leis que obrigavam o seu emplacamento e recolhimento de tributo. A Lei 1297/1956 de Curitiba dizia que “o imposto de licença sobre veículos (…) incide sobre todos os veículos de qualquer natureza e modalidade de tração, e será devido pelo respectivo proprietário (…) será feito na época própria de matrícula dos veículos, de uma só vez para o ano todo”. Esse texto foi alterado na Lei 1821/1959 que previa que o imposto “incide sobre todos os veículos de qualquer natureza e modalidade de tração, com exceção dos de tração humana (bicicletas) e tração animal”.

Em Araucária existiam livros anuais para registro de veículos, incluindo as carroças. Nessa época as estradas rurais do município eram estreitas e precárias, cabendo aos próprios moradores cuidar de sua conservação a fim de deixá-las apropriadas para a passagem de carroças. A cada três dias trabalhados os colonos ganhavam um selo de bonificação que os isentava de taxa no emplacamento das suas carroças.

 

 

Texto: Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono

Publicado na edição 1122 – 19/07/18

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