O que é e quem ganha com a reforma administrativa?

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Esta Coluna é de responsabilidade do Sismmar e não representa necessariamente a opinião do jornal O Popular

A reforma administrativa é mais um grave ataque do governo de Jair Bolsonaro contra os servidores públicos e a população. O idealizador da proposta é o ministro da Economia, Paulo Guedes, que já chegou a chamar os servidores de “parasitas” e “inimigos” e tenta criar a ideia de que funcionários públicos são “privilegiados” para confundir a população e colocá-la contra os trabalhadores.

No texto enviado ao Congresso Nacional, Bolsonaro e Guedes propõem uma reforma que acaba com a estabilidade do funcionalismo público e abre as portas para a corrupção. Eles tentam dizer que a reforma administrativa não ataca os servidores concursados que estão na ativa, mas é evidente que essas alterações abrem precedentes para que nossos direitos também sejam atacados.

Hoje o servidor tem estabilidade garantida em lei, após três anos de estágio probatório, para que, por exemplo, não seja ameaçado ou perca o seu emprego por não apoiar determinados políticos. Sem essa condição necessária, os trabalhadores ficam vulneráveis às ameaças e assédio caso não concordem ou denunciem esquemas de corrupção e outros crimes.
Além do funcionalismo perder direitos que foram conquistados com muita luta pela classe trabalhadora, quem perde ainda mais é a população pobre, pois os servidores atacados pela reforma administrativa são professores, educadores e profissionais da saúde, da assistência social e da segurança. O alto escalão, como parlamentares, magistrados, promotores, procuradores e militares, fica de fora.

Ou seja, não se trata de uma reforma que acaba com privilégios. Pelo contrário, trata-se de uma reforma que prevê a manutenção dos privilégios do alto escalão, entre os quais os próprios políticos, e ataca os servidores públicos que prestam serviços para o povo. Com isso, quem tem a ganhar são apenas os políticos corruptos. Essa reforma é mais uma grande mentira de Bolsonaro!

Para piorar, a reforma administrativa não vem sozinha. No final do ano passado o governo federal também já enviou ao Congresso a PEC Emergencial, a PEC dos Fundos Públicos e a PEC do Pacto Federativo, que buscam acabar com o reajuste salarial e a progressão das carreiras dos atuais servidores, além de reduzir investimentos em serviços essenciais, extinguir fundos públicos e reduzir salários e jornadas de trabalho em até 25% para os servidores com remuneração acima de três salários mínimos.
São ataques muito graves e que precisam ser impedidos pela mobilização e resistência dos servidores em conjunto com a população, que tem muito a perder. Em Araucária, os trabalhadores organizados em conjunto com o SISMMAR e o SIFAR conseguiram, com muita luta e resistência, impedir a aprovação da reforma da Previdência no município.

Com a reforma administrativa não será diferente! Continuamos firmes na luta e faremos a resistência necessária para impedir que o presidente e sua corja detonem os servidores públicos e os serviços voltados à população!
Fora Bolsonaro!
Fora Guedes!

Publicado na edição 1233 – 08/10/2020

O que é e quem ganha com a reforma administrativa?
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