O prefeito Olizandro José Ferreira (PMDB) já não esconde de ninguém que não será candidato à reeleição. O que começou apenas como um boato, isso ainda em meados de 2015, é hoje fato. O anúncio oficial de que está fora do páreo deve ser feito no início da semana que vem quando Olizandro retorna de uma viagem a São José do Rio Preto, no Estado de São Paulo.
A viagem a São José do Rio Preto, aliás, tem relação direta com a decisão do prefeito de não tentar a reeleição. Lá, ele deve se submeter a um exame final que indicará o tratamento que precisa iniciar para tratar a doença autoimune Miastenia gravis, da qual é portador.
Segundo apurou O Popular, Olizandro até algumas semanas mantinha as esperanças de poder disputar as eleições deste ano. Considerava o quadro eleitoral difícil, mas possível de ser revertido. Acreditava que, em campanha, seria possível explicar à população as razões que o impediram de cumprir a totalidade de seu plano de governo. Com isso, esperava fazer com que as pessoas valorizassem aquilo que foi feito nos últimos quatro anos, de forma a dar-lhe mais um mandato.
O prefeito, no entanto, teria tido sua vontade de disputar a eleição deste ano dobrada pelos médicos que o acompanham em Curitiba, além de sua família. Isso porque o estresse que envolve uma campanha eleitoral poderia, de uma hora para outra, aumentar a quantidade de anticorpos ruins na corrente sanguínea, agravando o quadro da doença de maneira irreversível. Isso, obviamente, não quer dizer que o prefeito está condenado a ficar longe da política e de situações que gerem estresse. A recomendação médica seria a de que Olizandro, antes de se meter numa campanha, se submeta a um tratamento específico para estabilizar a doença e posteriormente trabalhar em seu controle por meio de remédios e outras terapias. Como e quando esse “tratamento de choque” será feito ainda não teria sido definido por Olizandro. A única coisa que estaria sacramentada mesmo é que o desejo de concorrer à reeleição já não lhe pertence mais.
Que doença é essa?
A doença que afeta Olizandro e que se tornou o principal motivo de sua opção por não concorrer nas eleições deste ano é considerada rara. Menos de 150 mil casos são diagnosticados no Brasil anualmente.
Embora não tenha cura, se tratada corretamente ela pode ser estabilizada, fazendo com que seu portador tenha uma vida com qualidade. Segundo informações da Associação Brasileira de Miastenia, a doença impede a comunicação natural entre nervos e músculos e causa fraqueza e fadiga incomuns, principalmente quando o músculo é muito exigido. Esse cansaço tende a aumentar com o esforço repetitivo e a diminuir com o repouso.
Entre os principais sintomas da doença estão visão dupla, ptose palpebral (pálpebras caídas), dificuldade para falar ou engolir, cansaço ao mastigar, dificuldade para respirar e sustentar a cabeça, fraqueza nos músculos dos braços e pernas.
Texto: Waldiclei Barboza / FOTO: Marco Charneski
