Pai, a presença masculina na família

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

No mês de agosto nós celebramos o mês do amor, do amor que se doa e que se entrega e que realiza a sua missão através de uma vocação específica. Toda vocação brota do amor que serve e se sacrifica em prol do outro. Do contrário, essa vocação facilmente tenderá a desmoronar e não cumprir plenamente a sua função. É o amor que renova a vocação e faz com que ela se perpetue com o tempo. Assim são todas as vocações, e assim também é a vocação do pai. Por amor a uma mulher ele deixou um dia o seu lar, e com as bênçãos de Deus, constituiu um novo lar. Do fruto desse amor, nasceram os filhos, como continuação e a plena realização da sua missão.

A presença do pai na família é muito importante, eu diria, é decisiva. O pai é a imagem do masculino, do lado forte, da voz firme orientando os caminhos do filho. Desde o ventre materno, o filho se habitua com a sua voz, e sente a necessidade da mesma. É muito importante que os pais conversem com o filho que ainda está no ventre da mãe, pois a sua voz cria nele segurança.

O pai atual participa bem mais da vida do filho, dando-lhe banho, ajudando a esposa na educação dos filhos de igual para igual. No passado isso era menos frequente, mas isso não diminua de modo algum a presença do pai. Outros tempos e outra cultura, mas que teve a sua grande validade, criando filhos fortes, sólidos e corajosos. A voz do pai ressoava forte, e dificilmente um filho ousava retrucar, ir contra ou discordar. O pai era a autoridade forte, sólida, que dava consistência para a família. Talvez lhe faltasse um pouco da ternura dos pais de hoje, mas não lhe faltava firmeza, segurança, voz forte que calava no fundo do coração do filho. Era comum pedir as coisas para a mãe, pois se sabia que o pai era bem mais exigente e raramente fazia concessões. Quando nós recorríamos à mãe para pedir algo, ela dizia: ‘peça para o pai’ e a gente respondia, ‘mas o pai vai dizer não’, e a mãe acrescentava, ‘se o pai vai dizer não, então é não’. Sinceramente, tenho saudades daqueles tempos, embora a infância fosse bem mais dura e bem mais sofrida do que hoje.

Essa imagem do pai presente, utilizando a sua autoridade, deveria ser redescoberta na educação de hoje. Muitas vezes os pais, na ânsia de serem bons, fazem todas as concessões que os filhos lhes pedem. Não é maldade, mas eu diria que é excesso de bondade. A firmeza através de um ‘não’, é muito saudável no crescimento harmonioso do filho. Decididamente, não se pode dizer sim a tudo, pois isso pode criar filhos muito folgadões, sem consciência dos limites, achando que podem tudo e tudo devem ganhar. Na verdade, não é bem assim, pois tantas coisas, mesmos que desejadas e interessantes, não são necessárias. É preciso saber distinguir o simples desejo e uma real necessidade. Pode-se desejar um celular, mas nem sempre ele é necessário. Vive-se muito bem sem ele, sobretudo no período da infância.

Caros pais, nesse dia a vós dedicado eu quero cumprimentá-los com alegria, e dizer que a missão de pai continua em alta, necessária e decisiva, e eu, apesar dos meus mais de 50 anos, continuo ainda ouvindo a voz forte, marcante e decidida do meu pai. O seu não era não de verdade, e não tinha concessões. Confesso que na hora eu não entendia e até sofria, mas hoje, distante da minha infância, não posso negar que ele foi fundamental. Apesar de distante fisicamente, meu pai jamais morrerá em minha vida. A sua voz, bem masculina, penetrou em meu ser e foi decisiva na minha formação. Por isso, a todos os pais, parabéns pelo vosso dia.

Compartilhar
PUBLICIDADE