Parabéns aos mestres

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

Fui indagado esta semana por uma profissional da rede municipal de ensino sobre a razão de eu não gostar de professores. A pergunta me soou pesada, afinal como alguém poderia simplesmente ser capaz de não gostar daqueles que desde tão cedo estiveram ao nosso lado, nos ensinando a identificar as letrinhas, a juntá-las, formando sílabas, depois palavras e assim por diante.

Justamente por isso e tendo em vista que amanhã, 15 de outubro, é comemorado o Dia do Professor, quero aqui – publicamente – deixar claro que nutro profundo respeito pelos profissionais de educação deste município. Eu sei que isso não vai mudar a vida de nenhum educador, sei que minha declaração não influenciará na alta do dólar e assim por diante, mas mesmo assim faço questão de deixar os meus parabéns a todos que, diariamente, encaram a difícil missão de entrar numa sala de aula para ajudar os alunos a descobrirem o caminho.

Sim, porque creio ser essa a missão de nossos educadores: ensinar o caminho! Ouvi certa vez de uma professora uma frase que guardo comigo até hoje: “o verdadeiro professor defende os seus alunos contra a sua própria influência”. Não lembro direito em que contexto ela foi dita, mas nunca a esqueci porque aquela senhora era daquelas sindicalistas chatas, que não gostavam do Álvaro Dias, que se gabavam de ter ajudado a formar o PT, de ter apanhado no período da ditadura e tudo o mais. Enfim, era dona de uma história de vida extremamente rica e, se quisesse, poderia nos impor a verdade dela. Transformar-nos em seus soldados, mas não. Ela nunca tentou nos influenciar. Muito pelo contrário, ela queria que nós chegássemos a nossas próprias conclusões.

E foi com a ajuda dela e de tantos outros professores que fui aprendendo a chegar as minhas conclusões. E uma destas conclusões é a de que a Educação em Araucária poderia ser melhor. Só não é, em boa parte, devido falta de comprometimento de muitos dos que estão hoje contratados como professores. Pessoas sem aptidão para ensinar, que escolheram a docência não por identificação com a profissão e sim porque o curso era mais barato, o mercado de trabalho menos concorrido e assim por diante. Isso colocou dentro de nossas escolas gente que não faz o que gosta e, ao contrário de dezenas de outras tarefas, não se ensina sem ser apaixonado pelo que se faz. E reside aí minha maior bronca com muitos dos que estão professores hoje: não admitir que não servem para o ofício. Mas isso é assunto para outro texto. Parabéns a todos que escolheram serem professores!

Ah, mais recentemente descobri que a frase dita por aquela professora não era dela e sim de um pedagogo americano chamado Amos Alcott. Mas isso é o de menos. Excelente semana a todos e até uma próxima. Comentários são bem vindos.

 

Compartilhar
PUBLICIDADE