Participação das mulheres na política local ainda é pequena

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Participação das mulheres na política local ainda é pequena

No próximo domingo, 8 de março, o mundo inteiro celebra o Dia Internacional da Mulher. A data, embora deva render homenagens a elas, também deve servir de momento de reflexão para todos nós sobre a necessidade de trabalharmos cada vez mais na busca da participação feminina em todas as áreas, inclusive, na política.

Agora em 2020, por exemplo, temos eleições para escolha de nossos representantes no Executivo e Legislativo, sendo que no próximo dia 3 de abril encerra-se o prazo para que os interessados em disputar uma dessas vagas estejam filiados a algum partido político. Mais do nunca é importante que s mulheres se sintam convocadas a também participar mais efetivamente desse processo. Isto porque, embora representem 51,28% do eleitorado araucariense, as mulheres ainda são minoria entre os que ocupam cargos eletivos no Município.

Hoje, das onze vagas existentes na Câmara de Vereadores, apenas três pertencem a representantes do sexo feminino. Da mesma forma, no Poder Executivo, os cargos de ordenação de despesas também são majoritariamente ocupados por homens. Das vinte secretarias municipais, apenas seis são comandadas por mulheres.

E, o mais interessante, embora os números ainda demonstrem a necessidade de uma maior participação feminina nos chamados espaços de poder, a atual conjuntura dos cargos ditos eletivos existentes no Município é a maior que já se teve por estas bandas.

Amanda Nassar (PMN), Lucia de Lima (MDB) e Tatiana Nogueira (PSDB), que ilustram esta reportagem, fazem da atual legislatura a mais feminina de todas as 17 que Araucária já teve. Da mesma forma o ciclo 2017/2020 também foi histórico para a cidade em termos de presença feminina nos mais altos postos de poder municipal. Um exemplo é o fato de termos uma vice-prefeita, posto nunca antes ocupado por uma mulher em 130 anos de emancipação. Hilda Lucalski também marcou seu nome nos anais ao, em períodos de licença do titular, ter ocupado o posto de prefeita. Já na Câmara, a Casa é comanda atualmente por uma representante do sexo feminino. Outro fato inédito.

Apesar dessas conquistas, consolidar e aumentar o índice de participação feminina na política segue sendo um desafio para a sociedade, não só araucariense, mas também brasileira. Tanto é que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) possui uma campanha específica, a #participamulher, focada justamente nesse estímulo.

Acessando o site do TSE é possível mergulhar na história da participação feminina na política, desde, vejam só, a obtenção do direito ao voto, passando por estatísticas, legislação, entre outros temas.

Faltando poucos dias para as interessadas em começar a participar da política municipal ainda em 2020 se manifestarem, e aproveitando as comemorações de 8 de março, convidamos as três vereadoras da atual legislatura a deixarem uma mensagem sobre a importância de mais e mais mulheres estarem nesses espaços de poder. Olhe o que elas disseram:

Tatiana Nogueira

A mulher tem um papel fundamental e muito importante em qualquer cargo que ocupe. Por meio desses cargos, que pessoas menos favorecidas encontram apoio. Através da minha voz que mulheres se identificam, pois inúmeras vezes não sabem qual meio utilizar para se expressar. É através do meu trabalho que as mulheres podem se sentir defendidas, porque sempre vou ficar do lado verdadeiro e defender acima de tudo nossos direitos.

Amanda Nassar

Embora política seja substantivo feminino, ainda nos dias de hoje estamos em busca do direito oprimido as mulheres. Ainda discutimos aborto, maternidade, carreira, entre outros temas. Discutimos o direito da mulher de participar da política, de ocupar cadeiras no parlamento. Ora, esse é um direito absoluto nosso, porque somos produtivas, buscamos diálogo, conhecimento. Trabalhamos para multiplicar a informação e transformar a vida das pessoas. Mulheres são vaidosas por natureza, mas ao mesmo tempo somos práticas. É fato que o ambiente político é preconceituoso. A mulher ainda sofre psicologicamente as tentativas de imposição de um sistema machista. E justamente por isso precisamos sempre nos apoiar. Porque somos principalmente nós que precisamos dividir o tempo entre família e trabalho. Desejo que a eleição deste ano seja a eleição das mulheres. Que nenhuma de nós se sujeite a ser uma candidata laranja, a entrar na disputa para cumprir simplesmente uma cota. E que ao final tenhamos conseguido vencer o olhar de desprezo de alguns homens que nos veem simplesmente como frágeis e incapazes de contribuir com o processo decisório de nossa cidade.

Lucia de Lima

Quando eu cheguei à Câmara em 2017, um lugar costumeiramente ocupado por homens, eu senti na pele o que é uma mulher assumir um cargo que geralmente é tido como de homens. Mas depois de tudo que enfrentei como vereadora, esposa, mãe e empresária posso afirmar que o lugar da mulher é onde ela quiser, desejar estar e permanecer.

O espaço da mulher na política e na vida pública precisa ser ampliado, precisamos conquistar esse espaço não para competir ou provar ser melhor que os homens, mas sim para lutar pelos direitos, para somar forças e ampliar a visão, discussão e solução de conflitos, pois unidos podemos fazer sempre mais.

A mulher com seu carisma, pulso firme e amor cuida do que é mais sagrado: a sua família, então porque não cuidar também da população de Araucária? Eu sei que é possível, pois cuido da minha família, de minha empresa, participo e ouço a comunidade, fiscalizo e proponho ações para solução de diversos assuntos ligados ao nosso município.

E é por isso que digo: mulheres, participem mais da política da nossa querida Araucária, venham fazer a diferença, vocês mulheres fortes e guerreiras, se envolvam mais, nossa cidade precisa do olhar mais atencioso e amoroso da mulher. Juntas somos mais fortes e podemos através da política melhorar a vida de todos que amamos.

Texto: Waldiclei Barboza

Foto: Marco Charneski

Publicado na edição 1202 – 05/03/2020

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