Tenho acompanhado nos últimos dias diversas reuniões acerca da estadualização de duas escolas municipais: Fonte Nova e David Carneiro. A medida, tecnicamente observada, é adequada. A medida, financeiramente analisada, é correta. A medida, legalmente falando, é justificada. A medida, politicamente vista, é fantástica. Ora, mas se ela tem tantos prós, porque – caramba – há algumas pessoas reclamando? Simples, porque essas pessoas estão pensando em seus umbigos! Sem exceção, estão todas pensando em seus umbigos!
Digo isso com convicção porque nessas reuniões quem reclama são sempre os mesmos personagens falsamente travestidos de representantes da comunidade. Tudo falácia! Não passam de representantes de si próprio e de seus interesses! Está lá o vereador que se diz técnico, mas que neste caso age como um politiqueiro nojento. O outro que considera mais fácil ser contra para não ter o trabalho de tentar explicar. Os gestores que parecem apenas não querer perder os cargos que ocupam. Os profissionais da educação que não querem mudar de escola, saindo assim de sua zona de conforto. A mãe que não quer levar o filho para a outra escola só porque ela é um pouco mais longe, mas não pensa que existem centenas de outros pais que, na nova unidade, andarão menos para levar seus filhos para estudar e assim por diante.
Como já disse em outro texto, se a discussão fosse acerca da qualidade do ensino oferecido nessas unidades, essas reuniões estariam vazias faz tempo. Temos a idiota mania de gastarmos mais energia com o ratinho andando pela loja de cristais enquanto o elefante está a destruir a mesma loja andando de lá para cá sem ser incomodado. Ora, que argumento mais imbecil é esse de que é um absurdo entregar os prédios do David e do Fonte Nova para o Estado? Essas estruturas não são nada diante do custo operacional desses estabelecimentos. É aí que reside o problema! Arrisco-me a dizer que aquilo que gastamos anualmente com a manutenção do David, por exemplo, daria para construir uma nova estrutura física igual a essas por ano. Construir é fácil, difícil é manter! Isso sem contar que não se está entregando o prédio para a iniciativa privada e sim para outro ente público. O prédio vai continuar ali, atendendo a mesma comunidade. Então, não venham com esse sentimentalismo barato, pois, no fundo no fundo, ele não passa de conversa fiada.
Assusta-me ainda a aparente dificuldade da Secretaria de Educação e de alguns representantes da Prefeitura em dizer claramente que não existe a possibilidade de “voltar atrás” na decisão da estadualização do David e do Fonte Nova. Se eu estivesse no Governo eu diria aos quatro ventos isso e com o peito estufado de orgulho, porque essa é uma conquista maravilhosa para a cidade. Araucária, em outros tempos, tida como cidade esquecida pelo Governo do Estado, está finalmente fazendo com que eles passem a assumir à sua responsabilidade, que é manter as séries finais do Ensino Fundamental. Então, por favor, assumam isso e iniciem as próximas reuniões com essas comunidades beneficiadas (sim, porque isso é um benefício) com as mudanças deixando isso bem claro. Só a partir daí comecem a ouvir quais são as dificuldades que alguns pais terão com ela, as resolvam ou, pelo menos, amenizem eventuais danos. Até porque deixar todo mundo satisfeito é algo impossível.
Comentários são bem vindos. Boa semana a todos!
