Pessoas em situação de rua são ignoradas no combate ao coronavírus

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Esta Coluna é de responsabilidade do Sismmar e não representa necessariamente a opinião do jornal O Popular

Em meio à uma pandemia que já matou milhares em diversos países e centenas no Brasil, as pessoas em situação de rua estão sendo esquecidas pelas prefeituras. Em Curitiba, o prefeito que já confessou ter “nojo do cheiro de pobre” nada faz pelos sem-teto, que estão completamente desassistidos para se prevenir do coronavírus no que depender de Rafael Greca.

Em Araucária, a postura é a mesma e até agora nada vem sendo feito para impedir que o vírus atinja a população mais vulnerável. Os sem-teto continuam sem abrigo e muito longe de ter condições de adotar as medidas de higiene para a prevenção ao Covid-19, que incluem tomar banho, lavar as mãos com frequência e a utilização do álcool em gel.

É dever das prefeituras e de todos os governos oferecer a assistência necessária aos mais pobres. Porém, neste momento a realidade é que governantes continuam fechando os olhos para essa população que compõe o grupo de risco, já que muitos são portadores de doenças e apresentam baixa imunidade devido à falta de uma alimentação adequada.

Em vez de a prefeitura preparar os servidores da Assistência Social para trabalhar no auxílio aos sem-teto, através de formações e coordenações sobre os protocolos de combate ao coronavírus, o que se vê em Araucária é um completo descaso. A Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) tem se mostrado bastante omissa em relação aos encaminhamentos que precisam ser tomados.

No dia 27 de março, a SMAS publicou documentos com orientações e plano de atendimento à população em situação de rua. Entretando, embora a gestão Hissam tenha enviado álcool em gel para as casas de acolhimento, os trabalhadores da Assistêncial Social não receberam até agora os equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscara e luvas, para a execução do trabalho.

Se os servidores não estão capacitados e não têm os EPIs, além de estarem sobrecarregados durante a pandemia, como vão poder fazer o trabalho com o povo da rua? É urgente que a prefeitura mude sua postura e proporcione as condições de trabalho para a Assistência Social.

Conforme prevê a Constituição, o Estado é responsável por proporcionar abrigo, alimentação e instalações para que os sem-teto possam fazer a sua higienização a fim de evitar a proliferação do vírus. Mas, enquanto as prefeituras continuam sendo negligentes, são as ONGs com a ajuda da população que estão preocupadas em instruir e levar alimento e álcool em gel para os mais necessitados.

É absurdo que os mais pobres dependam da caridade para ter acesso ao seu direito à vida, pois é dever do Estado promover políticas públicas para quem está em situação de rua. A vida dessas pessoas não vale menos!

Publicado na edição 1206 – 02/04/2020

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