“Pilantrice eleitoral!”

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

O senador José Antônio Machado Reguffe é um caso raro na política brasileira. Em janeiro passado, ao assumir seu mandato em Brasília, ele renunciou a uma série de benesses que o cargo lhe proporcionava. Com isso, afirmou, queria reduzir o custo de seu gabinete em mais de 50%.

O exemplo do senador bem que poderia ser seguido pelos políticos locais, principalmente aqueles que pregam a austeridade, a moralidade, mas – hipócritas – não abrem mão das regalias do poder. Hoje, cada vereador do Município tem direito a uma estrutura excelente para manter seu mandato, o qual inclui uma equipe de cargos em comissão composta de um chefe de gabinete e seis assessores parlamentares, além de carro, telefone celular e algumas coisitas mais. Se o sujeito também estiver no grupo que ajudou a eleger a mesa executiva, ele ainda deve ter indicado mais algum comissionado para trabalhar na Diretoria da Câmara.

Mas, para facilitar nossa conta, vamos nos concentrar na estrutura de comissionados de cada gabinete. Um chefe de gabinete ganhando mais de nove mil por mês e seis assessores recebendo em torno de oito mil. Para uma cidade como a nossa, é claro que essa estrutura é, no mínimo, extravagante. Houve tempos em Araucária que cada edil tinha apenas três assessores, um CC3 e dois CCs 6 e, convenhamos, o trabalho apresentado hoje não é muito diferente do daquela época. Ou seja, seria sim possível reduzir a estrutura de cada gabinete sem prejudicar a produtividade de cada parlamentar. Mas, deixo claro, essa é uma opinião minha. Talvez os edis não pensem assim e nem são obrigados. Porém, penso eu, a partir do momento em que um político passa a dizer aos quatro ventos que é preciso reduzir isto ou aquilo, ele tem que dar o exemplo, cortar na própria pele. Do contrário, passa a ser um picareta da pior espécie, hipócrita, pilantra e estelionatário.

Sim, porque é um estelionato eleitoral dizer que é contra alguma coisa e continuar a se beneficiar dela quando, com apenas uma canetada, poderia transformar em fato sua falácia. Talvez as pessoas não saibam, mas a estrutura de cada gabinete da Câmara de Araucária é normatizada pela Resolução nº 31/2012. Lá, no artigo terceiro, está escrito que cada gabinete é composto por um chefe de gabinete e seis assessores. Porém, ninguém é obrigado a nomear esses sete ajudantes de luxo. A qualquer momento o vereador pode redigir um ofício e endereçá-lo a presidência da Casa abrindo mão dessa nomeação e solicitar que esses cargos não sejam preenchidos em hipótese alguma. Pode, ainda, pedir ao presidente da Câmara que os recursos oriundos dessa economia sejam devolvidos mensalmente aos cofres do Município.

Só quando fizerem isso, assim como fez o senador Reguffe em Brasília, é que o parlamentar demonstrará, realmente, que seu discurso de economia dos recursos destinados à Câmara não é vazio e fajuto. Só quando o sujeito que prega moralidade de fato começar a praticá-la é que ele merecerá respeito. Enquanto não fizer isso, ele não passará de um pilantra eleitoral, como tantos outros que existem neste país atualmente.

Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br. Até uma próxima!

Compartilhar
PUBLICIDADE